O Diário da Saúde está publicando uma discussão levantada por especialistas que questionam a forma como a prevenção do câncer, sobretudo do câncer de mama, está sendo abordada pela imprensa no mundo todo.
Parte I: As Celebridades e as Mamografias
Parte II: Quando a prevenção vira risco
Parte III: Celebridades ignoram a Ciência
Parte IV: Repensar o uso da palavra câncer
Neste terceiro artigo, as doutoras Gemma Jacklyn e Alexandra Barratt discutem como a ciência está sendo ignorada nas campanhas de rastreio do câncer.
Ciência ignorada
As mamografias e seus benefícios têm sido fortemente promovidos por campanhas de prevenção, instituições de caridade e celebridades, enquanto a ciência por trás dos danos tem sido largamente ignorada.
Estas informações geralmente causam uma surpresa na maioria das pessoas.
De fato, algumas mulheres acreditam erroneamente que as mamografias realmente previnem o câncer de mama; Georgie Gardner [jornalista da TV australiana], por exemplo, durante sua mamografia ao vivo na televisão, disse que a triagem é uma ferramenta vital para a prevenção do câncer de mama.
Os esforços podem ir além da persuasão e fazer as mulheres se sentirem culpadas e irresponsáveis para convencê-las a fazer uma mamografia.
Em um artigo recente sobre a mamografia ao vivo de Lisa Wilkinson no Herald Sun, a jornalista Tory Maguire disse que recusar uma mamografia gratuita seria "estúpido" e "egoísta". Ela citou Carole Renouf, da Fundação Nacional do Câncer, sugerindo que as mulheres que recusam a oferta "põem em perigo" a sua vida.
Mas recomendações independentes sobre o rastreio do câncer de mama reconhecem os danos e apoiam a necessidade de uma informação melhor e mais equilibrada, de forma que as mulheres saibam o que estão endossando.
Quando celebridades fazem uma mamografia na televisão, o mundo acompanha.
Nós não temos nenhuma dúvida de que Lisa Wilkinson, Georgie Gardner e Amy Robach tinham as melhores intenções. Mas, em vez de usar sua fama e influência para persuadir, elas poderiam começar uma discussão saudável sobre as campanhas preventivas de câncer.
Isso ajudaria as mulheres entenderem que há danos, assim como benefícios, de fazer o rastreio da mama. E que há dilemas para ambos.
No quarto e último artigo desta série, que será publicado amanhã, é apresentada a proposta de restringir o uso da palavra câncer a diagnósticos que envolvam risco de vida.
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