Falta conversa
Um estudo envolvendo mais de 2 mil pessoas com o vírus HIV no mundo revela uma defasagem no diálogo entre médicos e pacientes, capaz de prejudicar o tratamento.
A Pesquisa sobre Tratamentos de Longo Prazo de Aids em Âmbito Global 2010, da Associação Internacional de Médicos no Atendimento à Aids (Iapac, na sigla em inglês), mostra que demandas específicas - como problemas crônicos e efeitos colaterais do tratamento - deixam de ser atendidas durante as consultas.
Um outro estudo, realizado pela Fiocruz, já havia recomendado que os médicos podem ajudar os soropositivos a comunicar a doença ao parceiro.
Diálogo médico-paciente
Metade dos entrevistados relatou que nunca discutiu, por exemplo, questões relacionadas ao bem-estar, como novas opções de tratamentos.
Além disso, 40% dos entrevistados reclamaram dos efeitos colaterais dos medicamentos, enquanto 50% disseram que os remédios tiveram um impacto bastante negativo em suas vidas.
De acordo com o levantamento, é importante que se discuta no consultório médico fatores como o histórico familiar do paciente, além de possíveis hábitos como o fumo e doenças preexistentes como o diabetes e a depressão.
Do total, 51% dos entrevistados relataram nunca ter tido esse tipo de conversa com seu médico, mesmo quando 64% deles disseram ter problemas como insônia, incômodos gastrointestinais e hepatites.
Doença crônica
Alguns medicamentos antirretrovirais podem agravar alguns quadros se não forem prescritos de forma correta.
A pesquisa destaca que a AIDS deixou de ser uma doença fatal. Por isto, a comunidade médica passou a ver a AIDS como uma doença crônica de longo prazo. Por essa razão, um dos principais desafios enfrentados são os efeitos colaterais do tratamento.
O estudo envolveu pacientes dos Estados Unidos, da Alemanha, da Itália, da Rússia, da Espanha, do Reino Unido, da Austrália, da Coreia, da Costa do Marfim e da África do Sul, além do Brasil.
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