Circuito da raiva
Cientistas descobriram que as pessoas com depressão frequentemente apresentam uma desconexão do chamado "circuito da raiva" em seus cérebros.
O circuito da raiva - que conecta o giro frontal superior, a ínsula e o putâmen - representa a conexão que interliga estas partes do cérebro quando uma pessoa sente raiva.
Os cientistas usaram exames de ressonância magnética funcional (fMRI) para observar o cérebro de 39 pessoas com depressão e 37 voluntários saudáveis.
E os exames mostraram diferenças significativas no funcionamento do cérebro dos dois grupos.
Desacoplamento cerebral
A maior diferença observada no cérebro das pessoas deprimidas foi uma menor atividade - que os cientistas chamaram de desacoplamento - no circuito da raiva.
Foram ainda percebidas diferenças menos intensas nos circuitos relacionados ao risco e às reações, recompensas e emoção, atenção e processamento da memória.
Jianfeng Feng e seus colegas da Universidade de Warwick (Reino Unido) fizeram as seguintes observações entre as pessoas com depressão:
Raiva de si mesmo e dos outros
"Os resultados são claros, mas desafiadores à primeira vista, já que sabemos que a depressão é frequentemente caracterizada por auto-aversão, e não há indicações óbvias de que os depressivos tenham menos tendência a ter raiva dos outros," comenta o Dr. Feng.
Uma das possibilidades que o pesquisador levanta para explicar os resultados é uma incapacidade das pessoas com depressão em controlar seus relacionamentos e aprender com as situações sociais, que provocam sentimentos de raiva em relação a si mesmos ou aos outros.
"Isto poderá levar a uma incapacidade para lidar adequadamente com sentimentos de raiva e uma maior propensão de auto-aversão descontrolada e fuga das interações sociais. Isto pode ser uma indicação neurológica de que normalmente haja mais ocasiões para ter raiva dos outros do que ter raiva de si mesmo," propõe o cientista.
Ver mais notícias sobre os temas: | |||
Emoções | Cérebro | ||
Ver todos os temas >> |
A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.