27/06/2016

Vida longa: Criados camundongos com telômeros extra-longos

Redação do Diário da Saúde
Criados camundongos com telômeros extra-longos
Esta é uma imagem representativa do olho dos camundongos quiméricos. As células verdes têm telômeros extra-longos; os telômeros aparecem em vermelho.
[Imagem: Spanish National Cancer Research Centre (CNIO)]

Telômeros

Cientistas conseguiram criar camundongos com telômeros extra-longos, reduzindo o envelhecimento de suas células - sem o uso de manipulação genética.

Os telômeros são estruturas de proteção - uma espécie de "tampa" - existentes nas extremidades dos cromossomos. Eles são essenciais para a estabilidade do nosso material genético e para manter o "estado jovem" das nossas células e, por decorrência, do nosso corpo.

No entanto, os telômeros ficam mais curtos à medida que envelhecemos - conforme as células vão se dividindo, elas vão perdendo as pontas dos telômeros e, quando eles chegam a um comprimento crítico, as células entram em estado de senescência ou morrem. Esta é uma das causas moleculares do envelhecimento celular e do surgimento de doenças relacionadas com o envelhecimento.

Por isso os cientistas têm pesquisado formas de evitar a redução do tamanho dos telômeros.

Células antienvelhecimento

A abordagem usada pela equipe da professora Maria Blasco, do Centro Nacional de Pesquisas do Câncer (Espanha), foi criar telômeros maiores, que assim levarão mais tempo para "gastar".

De fato, os telômeros extra-longos exerceram um papel protetor contra o envelhecimento e doenças relacionadas ao envelhecimento, prolongando significativamente a vida das células onde eles foram induzidos.

As células com telômeros extra-longos parecem ser perfeitamente funcionais. Quando os tecidos foram analisados em vários momentos (0, 1, 6 e 12 meses de vida) as células mantiveram a escala de comprimento adicional - elas encurtaram ao longo do tempo, mas a um ritmo normal.

Como vantagem, as células alteradas acumularam menos danos no DNA e apresentaram uma maior capacidade de reparar qualquer dano. Além disso, os animais apresentaram uma incidência tumoral menor do que os camundongos normais.

Evolução dirigida

Segundo a pesquisadora, a próxima etapa do trabalho será "gerar uma nova espécie de camundongos na qual os telômeros de todas as células sejam duas vezes maiores do que os telômeros dos camundongos normais".

"Então, seremos capazes de trabalhar com algumas das questões importantes que continuam sem resposta: será que uma espécie de camundongo com telômeros que têm o dobro de comprimento vai viver mais tempo?" pergunta a professora Maria Blasco.

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