Na semana passada, a entidade Consumer Reports divulgou um estudo sobre o uso de diversos níveis de um corante caramelo, conhecido como 4-metilimidazol (4-MEI), presente em muitas bebidas populares.
O relatório usou frases como "risco para a saúde" e "potencial cancerígeno", deixando muitos se perguntando se seus refrigerantes favoritos devem ser abandonados devido a um risco de câncer.
Esta é uma pergunta que os toxicologistas podem ajudar a responder.
"Nosso trabalho como toxicologistas é ajudar a realizar e interpretar os resultados de uma variedade de estudos que avaliam o perigo potencial de produtos naturais, químicos ambientais e drogas, para dar às pessoas as informações necessárias para que elas tomem decisões pessoais bem informadas," disse Lois Lehman-McKeeman, presidente da Sociedade de Toxicologia dos Estados Unidos.
Tem havido muitos estudos toxicológicos do 4-MEI - também chamado de corante caramelo IV - ao longo dos anos, mas com relação ao estudo realizado pelo Programa Nacional de Toxicologia, citado no artigo do Consumer Reports, há alguns detalhes acerca de como o estudo foi conduzido que são importantes para a compreensão dos resultados:
Efeitos diferentes
Os ratos que foram expostos apenas às doses mais altas de 4-MEI (não às doses mínimas ou moderadas) apresentaram uma incidência maior de leucemia do que o grupo controle. Os camundongos, porém, não apresentaram esse resultado.
Por outro lado, nos camundongos expostos às doses mais altas de 4-MEI, foi observado um aumento nas taxas de tumores do pulmão. Mais uma vez, os ratos não apresentaram esse resultado.
A conclusão é que o corante caramelo 4-MEI em doses elevadas é potencialmente cancerígeno tanto para camundongos quanto para ratos, mas de maneiras diferentes.
Este estudo é um lembrete claro de que todas as espécies animais, incluindo os humanos, respondem de forma diferente a substâncias químicas específicas, especialmente em doses que são altas o suficiente para alterar os processos fisiológicos normais.
"Os dados que mostram efeitos em modelos animais são úteis porque estes resultados podem indicar que serão necessários mais estudos para confirmar que o agente pode afetar o ser humano, mas o cuidado é sempre incentivado quando se tenta extrapolar os resultados entre espécies," disse a Dra. Lehman-McKeeman.
O problema é que a quase totalidade dos testes de biossegurança e toxicidade são feitos usando animais.
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