Bloqueio espinhal alto
Partículas magnéticas misturadas a uma anestesia local podem ser a solução para evitar uma complicação rara, mas muito séria, da anestesia raquidiana.
A anestesia raquidiana é aplicada na medula espinhal, injetada por entre as vértebras.
Em cerca de 0,6 em cada 1.000 anestesias raquidianas, contudo, ocorre o chamado "bloqueio espinhal alto", quando o anestésico se espalha sobre as partes mais altas da medula espinhal.
Vencendo a gravidade
Quando sobe pela medula espinhal, o anestésico interfere com os nervos que regulam a função cardíaca, causando um declínio rápido e agudo do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea, com elevado risco de morte.
O Dr. Robert H. Thiele e seus colegas da Universidade da Virgínia (EUA) descobriram que esse risco pode ser evitado com uma técnica simples: a utilização de ferrofluidos magnetizados - fluidos com partículas magnéticas em solução.
Os anestesiologistas hoje previnem os riscos do bloqueio espinhal alto modificando a dose de anestésico e colocando o paciente de forma que a força da gravidade leve o anestésico para as regiões mais baixas do corpo.
"Entretanto, em determinadas circunstâncias, só a força gravitacional pode não ser suficiente para controlar o bloqueio elevado," afirmam os pesquisadores em um artigo publicado na revista Anesthesia & Analgesia.
Eles então usaram um fluido anestésico magnetizado e um fraco campo magnético externo, que puxa o anestésico para baixo. Desta forma, seu espalhamento pela região desejada não depende mais da força da gravidade.
Problemas práticos
O experimento foi realizado apenas em condições de laboratório, usando estruturas plásticas que imitam o corpo humano.
Embora partículas magnéticas sejam usadas em alguns tratamentos médicos, a solução magnética usada pelos pesquisadores ainda não é aprovada para uso no corpo humano.
Antes disso, porém, os médicos querem testar a viabilidade da adoção da técnica no ambiente real de uma sala de cirurgias, onde a aplicação e o controle do campo magnético pode não ser tão simples.
Só depois eles partirão para os testes de segurança e toxicidade do ferrofluido.
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