Mito do ovo
Os cientistas do final do século 20 firmaram pé que a ingestão de mais de dois ovos por semana aumentaria o colesterol.
Os cientistas de hoje estão fazendo um experimento depois do outro para demonstrar que isso é um mito.
O mito nasceu quando, em 1973, a Associação Americana do Coração recomendou limitar a ingestão de ovos a um máximo de três por semana.
"Os profissionais de saúde tradicionalmente insistem que comer ovos aumenta os níveis de colesterol. Por isso, nas últimas décadas tem havido uma tendência para restringir a ingestão, algo defendido por diversas organizações de saúde pública," comenta o Dr. Alberto Soriano Maldonado, da Universidade de Granada, na Espanha.
No entanto, muitos alimentos ricos em colesterol geralmente também sejam ricos em gorduras saturadas, esse não é o caso dos ovos - um ovo de tamanho médio contém 200 miligramas de colesterol, mas tem mais gorduras insaturadas do que gorduras saturadas e tem apenas 70 calorias.
Ovos e colesterol
O estudo mais recente sobre o assunto revela que comer mais ovos não está associado com aumento no colesterol sérico em adolescentes, independentemente da quantidade de atividade física que eles fazem.
A equipe do Dr. Maldonado estudou adolescentes porque outros estudos já haviam sido feitos com adultos, dando os mesmos resultados.
Os pesquisadores analisaram a relação entre a ingestão de ovos e os principais fatores de risco para desenvolver doenças cardiovasculares, incluindo perfil lipídico, excesso de gordura corporal, resistência à insulina e pressão arterial elevada.
Os resultados, envolvendo participantes de nove países, demonstram que a ingestão de grandes quantidades de ovos não está ligada ao colesterol sérico maior nem à pior saúde cardiovascular, independentemente dos níveis de atividade física.
"As conclusões confirmam estudos recentes em adultos saudáveis que sugerem que a ingestão de até sete ovos por semana não está associado com aumento no risco de desenvolver doenças cardiovasculares", diz o Dr. Maldonado.
Carnes e comidas industrializadas
Os autores sugerem uma revisão nas recomendações dietéticas também para os adolescentes.
Eles acrescentem que seria útil realizar pesquisas semelhantes em um grupo que realmente goste de ovo, e decida sair do equilíbrio, indo para o lado do excesso, talvez comendo muito mais do que sete ovos por semana.
O estudo mostrou que o aumento do colesterol sérico é mais afetado pela ingestão de gorduras saturadas e gorduras trans - presentes em carnes vermelhas, assados, comidas industrializadas etc. - do que com a quantidade de colesterol na dieta.
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