25/09/2020

Começa teste de prótese ocular que restaura visão

Redação do Diário da Saúde
Começa teste de prótese ocular que restaura visão
A tecnologia é invasiva, mas pode ser uma alternativa para quem não enxerga nada.
[Imagem: Monash University]

Visão biônica

Um implante visual revolucionário, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Monash (Austrália), está iniciando os primeiros testes clínicos em humanos.

Os pesquisadores desenvolveram implantes eletrônicos sem fio miniaturizados que ficam na superfície do cérebro e têm a capacidade de restaurar a visão.

Muitas pessoas tornam-se clinicamente cegas devido a danos nos nervos ópticos. Isso impede que os sinais sejam transmitidos da retina para o "centro de visão" do cérebro.

O sistema de visão biônica pode contornar esse dano neural.

O sistema consiste em um "capacete personalizado", dotado de uma câmera e um transmissor sem fio, uma unidade rodando o software de processamento de visão e um conjunto de placas de 9 × 9 mm, que são implantadas no cérebro.

A cena capturada pela câmera de vídeo é enviada para o processador de visão - do tamanho de um telefone celular - onde é processada para extrair as informações mais relevantes.

Os dados processados são transmitidos sem fio para circuitos dentro de cada placa do implante, onde os dados são convertidos em um padrão de pulsos elétricos, que estimulam o cérebro por meio de microeletrodos finos como cabelos.

"Nosso design cria um padrão visual a partir de combinações de até 172 pontos de luz (fosfenos) que fornecem informações para o indivíduo navegar em ambientes internos e externos e reconhecer a presença de pessoas e objetos ao seu redor," disse o professor Arthur Lowery.

Em estudos pré-clínicos, 10 matrizes (sete ativas e três passivas) foram implantadas em cobaias usando um sistema de inserção desenvolvido pela equipe. A estimulação foi fornecida por meio dos sete dispositivos ativos por até nove meses. Cumulativamente, mais de 2.700 horas de estimulação foram realizadas sem quaisquer efeitos adversos à saúde observáveis.

A equipe está esperançosa de que a tecnologia permita tratar outras condições neurológicas que atualmente apresentam limitações de tratamento ou são intratáveis, como a paralisia de membros por danos neurológicos.

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