27/01/2014

Oxidação de proteína faz colesterol bom fazer muito mal

Redação do Diário da Saúde
Oxidação de proteína transforma colesterol bom em colesterol ruim
Só há cerca de dois anos os cientistas descobriram a a estrutura do HDL. Um ano depois eles verificaram que este "bom colesterol" tem um lado negativo.
[Imagem: University of Cincinnati]

Pesquisadores descobriram o processo pelo qual a lipoproteína de alta densidade (HDL) - o chamado "colesterol bom" - torna-se disfuncional.

Quando isso acontece, o colesterol que era bom passa a fazer mal, perdendo suas propriedades cardioprotetoras.

Mais do que não proteger, o HDL disfuncional passar a causar inflamação e aterosclerose, o endurecimento e entupimento das artérias.

A pesquisa foi publicada na renomada revista Nature Medicine.

Oxidação de proteína

Embora as propriedades benéficas e cardioprotetoras do HDL venham sendo extensivamente estudadas ao longo dos anos, todos os ensaios clínicos de candidatos a medicamentos destinados a aumentar os níveis de HDL não conseguiram até agora melhorar significativamente a saúde cardiovascular.

Essa desconexão, bem como pesquisas recentes mostrando que uma proteína abundante no HDL está presente em uma forma oxidada nas paredes das artérias doentes, estimulou Stanley Hazen e seus colegas a estudar o processo pelo qual o HDL passa de mocinho a vilão.

Foi só em 2012 que se descobriu a proteína responsável pelo lado mau do "bom colesterol".

A apolipoproteína A1 (apoA1) é a principal proteína presente no HDL, dando à molécula a estrutura que lhe permite levar o colesterol para fora da parede das artérias e depositá-lo no fígado, de onde o colesterol é eliminado.

É a apoA1 que normalmente dá ao HDL suas qualidades benéficas ao sistema cardiovascular.

O problema parece ocorrer quando essa proteína se oxida, o que faz o papel do colesterol bom se inverter, passando a contribuir para o desenvolvimento da doença arterial coronariana.

"Agora que sabemos a feição desta proteína disfuncional, estamos desenvolvendo um teste clínico para medir seus níveis no sangue, que será uma ferramenta valiosa para avaliar o risco de doenças cardiovasculares e para orientar o desenvolvimento de terapias focadas no HDL para prevenir a doença," concluiu o Dr. Hazen.

Talvez, antes de tentar criar medicamentos, fosse interessante descobrir o que leva a apolipoproteína A1 a se oxidar.

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