Tudo depende do cirurgião
Metade dos homens diagnosticados com câncer de próstata precisam passar por uma prostatectomia radical, a remoção cirúrgica da glândula.
A má notícia é que quase a totalidade deles sairá da cirurgia com disfunção erétil e/ou incontinência urinária.
Agora, pela primeira vez, médicos resolveram encarar a situação abertamente e pesquisar porque esses efeitos colaterais graves são tão comuns, comparando os resultados de diferente profissionais.
E, sobretudo, se há como escapar de resultados tão ruins.
E, segundo eles, a chave da questão é: os resultados dependerão basicamente do talento do cirurgião.
Médico gentil e experiente
Os autores do estudo afirmam que a recomendação básica para todos os homens que precisam se sujeitar à prostatectomia radical é: procure um cirurgião "gentil e experiente".
Não gentil no trato pessoal, mas gentil no tratamento com os minúsculos nervos ao redor da próstata, cuja interrupção geram a disfunção erétil e a incontinência.
A interrupção dos nervos é causada quando o médico corta a glândula para extraí-la, sem o cuidado adequado com os nervos ao seu redor.
Quanto à experiência, também há que ser exigente: os pesquisadores recomendam escolher um médico que já tenha realizado pelo menos 1.000 cirurgias de remoção da próstata.
Além disso, outra característica desse profissional a ser verificada pelo paciente é se ele procura aprimoramento profissional em novas tecnologias, como as cirurgias auxiliadas por robôs.
Recuperação da impotência
O estudo demonstra que a maior experiência do cirurgião e o manuseio mais delicado dos nervos minimizaram significativamente a ocorrência de impotência.
Cinco meses depois da cirurgia, a recuperação da disfunção erétil passou de 0 para 33% dos pacientes. Após 12 meses, esse número passou dos 15% normais para 59%.
"Esses resultados são muito bons para os primeiros meses após a cirurgia," afirma o Dr. Jim Hu, da Universidade da Califórnia (EUA), coordenador da pesquisa. "A maioria dos homens continuará a experimentar melhoria na potência erétil até dois anos após a cirurgia."
Auxílio de robôs
"Homens que estão procurando uma cura cirúrgica para seu câncer de próstata têm muito a ganhar observando as nuances exigidas de um cirurgião para evitar a disfunção erétil," garante o médico.
Segundo ele, a formação de um bom cirurgião de próstata depende de treinamento, talento, desejo de melhorar e revisão meticulosa das técnicas mais modernas e dos resultados de cada uma dessas técnicas.
Como a equipe admite que fazer 1.000 cirurgias até começar a fazer cirurgias com menor risco para seus pacientes é algo inaceitável, os pesquisadores prepararam um vídeo demonstrando as técnicas mais recentes, sobretudo as cirurgias assistidas por robôs.
Segundo eles, isso poderá ajudar os cirurgiões mais jovens a obter melhores resultados mais rapidamente e, eventualmente, encurtar suas curvas de aprendizado.
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