Sistema nervoso entérico
Nosso trato gastrointestinal, com seus cerca de sete metros de comprimento, tem seus próprios neurônios funcionalmente distintos.
Como há pouco tempo os cientistas descobriram que este sistema nervoso entérico (SNE) opera de forma autônoma, eles começaram a chamá-lo de "segundo cérebro" ou "cérebro abdominal".
O sistema nervoso entérico não apenas controla o movimento muscular do intestino (peristalse) e seu equilíbrio de fluidos e fluxo sanguíneo, como também ele se comunica com o sistema imunológico e o microbioma.
Assim, esse "cérebro abdominal" tem um efeito sistêmico no corpo, e os cientistas já apostam que ele esteja envolvido em uma ampla gama de doenças.
Agora, uma equipe do Instituto Karolinska (Suécia) conseguiu mapear os tipos de neurônios que compõem o sistema nervoso entérico no intestino de camundongos, abrindo caminho para o mesmo mapeamento em seres humanos.
Eles também descobriram como os diferentes neurônios se formam durante o desenvolvimento fetal, um processo que segue princípios diferentes em relação aos neurônios do cérebro.
Neurônios do intestino
Em termos gerais, a função neuronal pode ser dividida em sensorial, motora ou interneuronal; agora, os pesquisadores conseguiram descrever subgrupos dessas células nervosas também no "cérebro abdominal".
No total, eles identificaram e classificaram 12 tipos diferentes de neurônios SNE (sistema nervoso entérico), incluindo subgrupos de neurônios sensoriais, alguns dos quais são ativados por substâncias nos intestinos e afetam o sistema imunológico, enquanto outros são estimulados mais mecanicamente.
Os pesquisadores também estudaram como os neurônios do trato gastrointestinal se formam durante a gestação e descobriram que o processo de maturação segue princípios diferentes dos do sistema nervoso central (SNC). No SNC, os neurônios amadurecem a partir de células-tronco que são "pré-programadas" para formar um determinado tipo de neurônio, dependendo de sua localização, uma vez que diferentes tipos de neurônios são necessários em diferentes locais do SNC.
Já no sistema nervoso entérico, a mesma composição de neurônios é necessária ao longo de todo o intestino. Portanto, não está claro como as células do SNE "sabem" como devem amadurecer em tipos específicos de neurônios.
"O que faremos a seguir é ativar sistematicamente os diferentes neurônios no SNE em camundongos para estudar como as funções gastrointestinais são afetadas," disse a professora Ulrika Marklund. "Isso nos permitirá produzir conhecimento funcional detalhado sobre os diferentes neurônios. Portanto, no futuro, seremos capazes de descobrir o papel desempenhado pelos neurônios em diferentes doenças intestinais e identificar alvos para novos medicamentos."
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