Depois de dois anos de estudos, grupo de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, ligado à USP, em parceria com o Instituto Biológico de São Paulo, conseguiu percorrer metade do caminho no projeto que tem como objetivo descobrir um medicamento para curar a malária.
De acordo com o instituto, os tratamentos disponíveis estão se tornando obsoletos porque o agente causador da doença aprendeu a "driblar" o efeito dos remédios existentes.
A busca concentra-se agora em atacar uma das proteínas que alimentam o parasita Plasmodium falciparum, o agente causador do tipo mais agressivo da doença.
Enolase
O professor Rafael Victorio Carvalho Guido, coordenador do estudo, explicou que existem nove proteínas agindo em conjunto para o ciclo vital do parasita: uma delas, o enolase, é fundamental para a sobrevivência do Plasmodim falciparum.
"Se conseguirmos inibir a ação dessa enzima, responsável por levar energia ao parasita, poderemos levar o Plasmodium à morte", disse o cientista.
Ele reconheceu, contudo, que ainda existem muitas barreiras a serem vencidas até chegar à fase de ensaios clínicos e ao remédio de combate efetivo da malária.
Um passo importante nessa meta foi a definição inédita da estrutura tridimensional em alta resolução do enolase.
A partir daí, os cientistas começaram a pesquisar uma molécula capaz de fazer a ligação com o conjunto de enzimas e neutralizar a ação do enolase na rota da glicose ou no processo de produção de energia para o parasita. .
Malária
A malária caracteriza-se pela ocorrência de um quadro infeccioso cujos sintomas são febre aguda, dor de cabeça, dores pelo corpo, fraqueza e calafrios.
A doença é transmitida pela fêmea do mosquito do gênero Anopheles e pode evoluir rapidamente para um estágio mais grave.
Dados do Ministério da Saúde indicam que, embora o número de casos de malária tenha caído entre 2010 e 2011, no país, a incidência ainda é grande. Passou de 334.709 para 267.049, tendo aumentado muito no Amapá, onde foram registrados 18.998 casos, em 2011 ante 15.388, em 2010.
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