03/07/2016

Butantan inicia testes da vacina da dengue na região Norte

Com informações da Agência Fapesp
Butantan inicia testes da vacina da dengue na região Norte
Estudo começou a ser realizado nos estados de Roraima e Amazonas com a participação de cerca de 2,5 mil voluntários.
[Imagem: Instituto Butantan]

Ampliação

O Instituto Butantan levou os testes em humanos da primeira vacina brasileira da dengue para a região Norte do país.

Desde 30 de junho, os estudos começaram a ser realizados com cerca de 2,5 mil voluntários nas cidades de Boa Vista (RR) e Manaus (AM), de acordo com a Assessoria de Imprensa do Instituto.

Nesses municípios, os testes serão conduzidos em parceria com a Universidade Federal de Roraima, com a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), de Manaus, e com a Fiocruz Amazônia.

Trata-se da última fase da pesquisa em humanos antes de a vacina ser submetida à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que possa ser produzida em larga escala pelo Butantan e disponibilizada para campanhas de imunização em massa na rede pública de saúde em todo o Brasil.

Os testes com a vacina começaram no início de fevereiro no estado de São Paulo.

Os estudos completos envolverão a participação de 17 mil voluntários em 13 cidades brasileiras nas cinco regiões do país e serão conduzidos por 14 centros de estudos credenciados pelo Butantan.

Vírus vivos

A vacina do Butantan, desenvolvida em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde, dos Estados Unidos, tem potencial para proteger contra os quatro vírus da dengue com uma única dose e é produzida com os vírus vivos, mas geneticamente atenuados, isto é, enfraquecidos.

"Com os vírus vivos, a resposta imunológica tende a ser mais forte, mas, como estão enfraquecidos, eles não têm potencial para provocar a doença", explica o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil.

Nesta última etapa da pesquisa, os estudos visam a comprovar a eficácia da vacina. Do total de voluntários, 2/3 receberão a vacina e 1/3 receberá placebo, uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Nem a equipe médica nem o participante saberão quais voluntários receberam a vacina e quais receberam o placebo. O objetivo é descobrir, mais à frente, a partir de exames coletados dos voluntários, se quem tomou a vacina ficou protegido e quem tomou o placebo contraiu a doença.

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