Atividade física profissional
Que a prática regular de exercícios físicos faz bem a saúde, todo mundo sabe.
Mas, em excesso, eles aumentam muito a concentração de radicais livres no organismo, podendo causar um estresse oxidativo.
O estresse oxidativo, por sua vez, gera danos às estruturas celulares, com consequente alteração funcional de diversos tecidos e órgãos.
E este é um problema potencial presente no dia-a-dia dos atletas, para os quais a atividade física é também a profissão.
Biomarcadores na saliva
Para tentar detectar esse risco, dosando o treinamento, a professora Verônica Salerno Pinto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está identificando biomarcadores de estresse oxidativo presentes na saliva.
O objetivo de longo prazo é criar um kit para detectar, em tempo real, se as condições de treinamento do atleta estão adequadas.
"Uma das consequências do estresse oxidativo é o comprometimento da capacidade muscular, o que aumenta o risco de lesões. Por isso, um método preciso, rápido e, ainda por cima, não invasivo, pode ser útil para garantir uma combinação ótima entre estímulo e repouso e evitar o que chamamos de overtraining, em português, treinamento exagerado", explica Verônica.
Saliva e sangue
Segunda a pesquisadora, amostras de sangue e de saliva de cerca de 50 atletas de diferentes modalidades, como vôlei de praia e futebol, foram avaliadas durante uma pré-temporada de campeonato e durante o calendário de jogos.
Foi feita uma comparação entre as substâncias que respondem aos efeitos dos exercícios físicos - como a proteína carbonilada - na saliva e no sangue.
"Os componentes que apresentaram a mesma resposta do exame sanguíneo são os nossos potenciais biomarcadores salivares para estresse oxidativo," revela Verônica.
A pesquisadora explica que a partir desses resultados, a próxima fase é criar compostos reagentes para esses biomarcadores.
Kit para atletas
Em um primeiro momento, a equipe pensa em desenvolver um kit parecido com os testes de gravidez vendidos em farmácia: um reagente dentro de um tubo que possa apresentar uma escala de cor após entrar em contato com uma escovinha impregnada com a saliva do atleta.
"Dependendo da tonalidade da reação, o treinador saberá se aquele atleta está respondendo de forma sadia ao esforço ou se ele está começando a entrar em overtraining," exemplifica.
"Não descartamos a possibilidade de, em parceria com uma empresa de eletrônica, aplicarmos os conhecimentos na fabricação de um aparelho para fazer essas análises, tal como os usados para medir a quantidade de açúcar no sangue," disse Verônica.
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