Sou bonito; sou feia
Apenas 3% dos homens brasileiros se acham feios, enquanto 47% deles se consideram bonitos, levando a uma autoestima elevada, de acordo com um estudo do Instituto Ideia com 663 voluntários.
Entre as mulheres, contudo, a realidade parece ser outra: 20% delas sofrem com baixa autoestima, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Kantar.
A professora Tatiane Possani, da USP, afirma que uma das razões para isso - as mulheres se tornarem mais autocríticas do que os homens - é que, desde muito jovens, as mulheres apresentam cobranças familiares e sociais em relação aos seus corpos e comportamentos, favorecendo uma maior insatisfação corporal.
A autoestima feminina e masculina é favorecida por aspectos sociais, culturais e por experiências individuais.
Contudo, enquanto características físicas têm grande relevância para as mulheres, para os homens, fatores como o autorreconhecimento implicam mais na sua baixa autoestima, como o fato de estar empregado ou não.
Apesar dos avanços conquistados com a luta por igualdade de gênero, a psicóloga explica que ainda há muitos resquícios do patriarcado, quando as mulheres eram consideradas um objeto de posse dos homens e vistas como inferiores. Essa realidade colaborou historicamente para que as mulheres valorizassem a aparência dos seus corpos em detrimento de outros aspectos, como a funcionalidade do seu corpo.
Autoestima por gênero
Padrões físicos são compartilhados e estimulados pela mídia a todo momento, influenciando a construção da imagem corporal, muitas vezes de maneira negativa. A imposição de um padrão atinge homens e mulheres, mas em intensidades diferentes.
Apesar de as mulheres serem o principal alvo de propagandas publicitárias e de terem seus corpos objetificados na mídia com frequência, sendo influenciadas de maneira relevante, os homens não são imunes a essas influências.
"Os estudos existentes mostram que os homens estão cada vez mais ocupando espaço na mídia ocidental, e algumas pesquisas sugerem que essa maior exposição pode ser prejudicial a eles, tendo consequências negativas semelhantes às das mulheres," disse Tatiane.
Impactos da baixa autoestima
Problemas com a baixa autoestima podem surgir em diferentes áreas da vida do homem e da mulher, geralmente de maneira semelhante. A autoestima no geral é construída em uma série de domínios, como competências acadêmicas, aparência física, status de relacionamento e apoio familiar.
Cada indivíduo pode basear sua autoestima com mais intensidade em um desses domínios, o que define consequentemente a área mais afetada na sua vida. A psicóloga conta que, "de forma geral, a baixa autoestima pode favorecer o isolamento social, insegurança e a autodesvalorização generalizada".
No entanto, em casos em que o indivíduo aposta sua autoestima na aparência, transtornos diferentes ocorrem em homens e mulheres. Enquanto entre eles a vigorexia é mais comum, entre elas predominam a anorexia e a bulimia nervosa. Já o uso abusivo de álcool e drogas é mais prevalente no homem do que na mulher, segundo a especialista.
Ver mais notícias sobre os temas: | |||
Auto-imagem | Emoções | Relacionamentos | |
Ver todos os temas >> |
A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.