Sinapses e astrócitos
Na orquestra do cérebro, o disparo de cada neurônio é controlado por duas notas - uma excitatória e outra inibitória - que vêm de duas formas distintas de uma estrutura celular chamada sinapse.
As sinapses são essencialmente as conexões entre os neurônios, transmitindo informações de uma célula para outra. As harmonias sinápticas se unem para criar a música mais requintada - pelo menos na maior parte do tempo.
Quando a música se torna discordante e uma pessoa é diagnosticada com uma doença cerebral, os cientistas costumam olhar as sinapses entre os neurônios para determinar o que deu errado.
Mas neurocientistas da Universidade Duke (EUA) descobriram que seria mais útil olhar para o maestro da orquestra - o astrócito.
Os astrócitos são células em formato de estrela que dão formato à estrutura do cérebro - eles são um dos tipos de célula da chamada glia, que significa "cola" em grego, porque os cientistas inicialmente pensavam que elas só servissem para dar coesão ao cérebro.
Já se sabia que os astrócitos estão envolvidos no controle das sinapses excitatórias, mas agora a equipe descobriu que os astrócitos também estão envolvidos na regulação das sinapses inibitórias, ligando-se aos neurônios por meio de uma molécula de adesão chamada NrCAM. Os astrócitos estendem tentáculos finos e delgados para a sinapse inibitória e, quando se tocam, a adesão é formada pela NrCAM.
"Nós realmente descobrimos que os astrócitos são os maestros que orquestram as notas que compõem a música do cérebro," disse Scott Soderling.
Terapias cerebrais
Como os astrócitos estão comandando as funções cerebrais em geral, eles podem ser alvos importantes para terapias cerebrais.
"Frequentemente, estudos que investigam os aspectos moleculares do desenvolvimento cerebral e das doenças, ou analisam as funções genética ou molecular dos neurônios, ou consideram os neurônios como sendo apenas as células primárias afetadas. No entanto, aqui fomos capazes de mostrar que, simplesmente mudando a interação entre astrócitos e neurônios - especificamente pela manipulação dos astrócitos - fomos capazes de alterar dramaticamente a fiação dos neurônios também," disse a pesquisadora Cagla Eroglu.
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