Música e movimento
Música não é só para deleite ou diversão.
Usar um "apoio musical" para aprender uma tarefa física pode desenvolver significativamente uma parte importante do cérebro responsável pelas habilidades motoras - tornando-o melhor naquela tarefa.
As pessoas que praticaram uma tarefa de movimento básico ouvindo música mostraram uma maior conectividade estrutural entre as regiões do cérebro que processam o som e o controle do movimento.
As alterações se concentram em rotas da chamada matéria branca, a "fiação" que permite que as células do cérebro comuniquem-se entre si.
Esta descoberta deverá ter implicações positivas para as pesquisas sobre a reabilitação de pacientes que perderam algum grau de controle de movimento, para atletas que querem otimizar seu desempenho ou mesmo para as pessoas que simplesmente querem dançar melhor para se divertir.
"O estudo sugere que a música faz uma diferença fundamental. Sabemos há muito tempo que a música incentiva as pessoas a se moverem. Este estudo fornece a primeira evidência experimental de que adicionar apoios musicais ao aprendizado de novas tarefas motoras pode levar a mudanças na estrutura da substância branca no cérebro," resumiu a Dra. Katie Overy, da Universidade de Edimburgo (Escócia).
Treinamento com música
Para chegar a essas conclusões, a equipe recrutou trinta voluntários destros, que foram divididos em dois grupos para aprender uma nova tarefa envolvendo sequências de movimentos dos dedos da mão esquerda, ou seja, da mão não dominante. Um grupo aprendeu a tarefa com o auxílio de ritmos musicais, enquanto o outro grupo fez todo o treinamento sem música.
Após quatro semanas de prática, ambos os grupos de voluntários pareciam igualmente bons no aprendizado das sequências.
As diferenças surgiram quando eles foram submetidos a exames de ressonância magnética enquanto faziam os exercícios que haviam treinado.
O grupo que aprendeu com música apresentou um aumento significativo na conectividade estrutural no trato da substância branca que liga as regiões auditivas e motoras no lado direito do cérebro. O grupo não musical não apresentou nenhuma mudança nessas estruturas.
Os pesquisadores planejam agora realizar novos estudos, envolvendo um número maior de participantes, para avaliar se a música pode ajudar com tipos especiais de programas de reabilitação motora, como após um acidente vascular cerebral.
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