Problemas de fala
Mães que aviaram receitas de antidepressivos pelo menos duas vezes durante a gravidez apresentaram um risco 37% maior de terem filhos com problemas de fala ou linguagem em comparação com mães também com depressão e outros transtornos psiquiátricos, mas que não foram tratadas com antidepressivos.
Os distúrbios da fala e linguagem incluem problemas de linguagem receptivos e expressivos e aqueles que envolvem a articulação de sons.
Os resultados foram baseados em uma amostra de 845.345 nascimentos na Finlândia, entre 1996 e 2010.
"Pelo que sabemos, este é o primeiro estudo a examinar a relação entre o uso materno de antidepressivos e problemas de fala e linguagem, problemas escolares e distúrbios motores entre os filhos. O estudo tem o mérito da grande amostra e acompanhou os filhos além dos 3 anos de idade," explicou o professor Alan Brown, da Universidade de Colúmbia (EUA).
Gravidade da depressão
Antidepressivos conhecidos como inibidores seletivos da recaptação da serotonina - tais como fluoxetina, citalopram, paroxetina, sertralina, fluvoxamina e escitalopram - atravessam a placenta e entram na circulação fetal.
O professor Brown acrescenta que o uso desses antidepressivos durante a gravidez é crescente, mas ele próprio faz uma ressalva quanto aos resultados, uma vez que o risco de distúrbios de fala também apresentou-se um pouco maior - embora em menor grau - entre as mães não tratadas com antidepressivos.
"Entretanto, a gravidade da depressão materna não pode ser descartada como uma explicação para o aumento dos distúrbios de fala e linguagem entre as mães que receberam mais de uma receita de antidepressivo, e mais estudos são necessários," afirmou.
Os resultados foram publicados na revista médica JAMA Psychiatry.
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