Forma versus conteúdo
No caso das demências em geral, e do Alzheimer em particular, parece não ser apenas o caso de qual proteína se aglomera no cérebro: sejam as proteínas tau ou as amiloides beta.
As diferentes estruturas dos agregados de proteínas que se formam no cérebro parecem determinar que tipo de demência ocorrerá, quais regiões do cérebro serão afetadas e quão rapidamente a doença se espalhará.
Isto poderia explicar a diversidade de demências associadas à agregação de proteínas identificadas em pacientes com Alzheimer e outras síndromes neurodegenerativas.
Se se confirmar, esta conclusão poderá ajudar a realizar diagnósticos mais precoces e mais precisos de várias demências, através da definição das formas dos aglomerados associados a cada tipo de demência, e não exatamente das proteínas que os formam.
"Os resultados indicam que uma estratégia de terapia única para todos os casos pode não funcionar, e que temos de abordar os ensaios clínicos e o desenvolvimento de medicamentos tendo em mente quais formas de tau estamos alvejando," disse o autor do estudo, Dr. Marc Diamond, da Universidade Médica do Sudoeste (EUA).
Agregados de proteínas tau
A equipe usou sistemas celulares especiais para replicar diferentes conformações dos agregados de proteínas tau, que vêm tirando as beta amiloides do centro das atenções no caso da doença de Alzheimer.
As diferentes formas de tau foram então inoculadas nos cérebros de camundongos. Cada forma criou diferentes padrões patológicos, revelando as mesmas variações que ocorrem nos casos da doença de Alzheimer, Demência Frontotemporal ou Encefalopatia Traumática.
As diferentes formas de tau causaram patologias que se espalharam com diferentes velocidades através do cérebro e afetaram regiões específicas. Este experimento demonstrou que apenas a estrutura dos agregados tau é suficiente para explicar a maior parte, senão toda a variação observada nas doenças neurodegenerativas humanas que têm sido associadas a esta proteína, dizem os pesquisadores.
Os resultados foram publicados na revista Neuron.
O que é tau?
"A proteína tau é conhecida por ligar microtúbulos aos neurônios, estruturas que permitem o transporte de componentes celulares. Mas essas proteínas tornam-se tóxicas em pacientes com doença de Alzheimer e outras demências, formando agregados que se acumulam progressivamente e levam à perda da função neuronal e, finalmente, à neurodegeneração," explica o Dr. Diamond.
Ele acrescenta que os cientistas ainda não sabem como evitar que as proteínas se tornem tóxicas. Desta forma, ainda não existem terapias específicas para lidar com elas.
"Muitos acreditam que o melhor caminho é reduzir os fatores de risco para a demência, que incluem pressão arterial elevada, colesterol [elevado] e um estilo de vida sedentário," recomenda ele.
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