Álcool e coração
Ao contrário dos conselhos que muitos médicos dão aos pacientes, de que um copo ou dois de álcool por dia pode ser bom para o coração, um novo estudo vai em sentido oposto e defende que essas quantidades "passam da marca".
O trabalho resultou de uma reanálise de 50 estudos sobre hábitos de consumo de bebidas alcoólicas e sua relação com a saúde em mais de 260 mil adultos europeus.
Os especialistas deram atenção especial às pessoas que tinham uma variante de um gene chamado ADH1B e correm menos risco de alcoolismo.
Segundo o levantamento, os indivíduos com essa variante genética bebem 17% menos por semana e têm 78% menos probabilidade de beber ao longo do dia.
Eles também apresentam um risco 10% mais baixo de doença coronária, além de pressão arterial e índice de massa corporal mais baixos.
"Esses resultados sugerem que a redução do consumo de álcool, mesmo sendo o consumo diário baixo a moderado, é benéfico para a saúde cardíaca", conclui o estudo.
Controvérsia
No entanto, o assunto não é consensual, visto que outros especialistas têm alertado para o fato de que os consumidores com a variante genética podem ter outros fatores de saúde que influenciem a diminuição dos riscos causados pela bebida.
Os benefícios do vinho, por exemplo, não são replicados quando se usa suco de uva nos experimentos, o que leva os cientistas a concluírem que o álcool do vinho é importante para a ação dos compostos derivados da uva.
O estudo foi publicado no British Medical Journal.
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