Vírus no coração
O ataque de vírus ao coração ainda é um assunto pouco compreendido pela ciência e pela medicina.
Por isso, a equipe da Dra Sally Huber, da Universidade de Vermont (EUA), decidiu fazer uma varredura em todos os estudos já publicados sobre o assunto, uma "revisão sistemática", que acaba de ser publicada na revista Current Pharmaceutical Design.
O trabalho proporciona uma atualização sobre tudo o que se sabe até agora a respeito da infecção do coração por vírus e sobre a resposta imune do corpo à lesão gerada no músculo cardíaco, além das terapias mais eficazes já disponíveis.
Miocardite viral
As infecções do coração causadas por vírus são uma importante causa de morte súbita sobretudo em homens jovens, e também produzem cardiomiopatia crônica que frequentemente exige um transplante cardíaco.
Vários vírus comuns, causadores de doenças respiratórias, incluindo os enterovírus e os vírus da gripe, têm potencial para infectar o coração e iniciar uma resposta imunológica à infecção.
Por causas ainda não totalmente compreendidas, esses vírus podem produzir lesões cardíacas que vão de leves a letais.
A chamada miocardite viral é uma das principais causas de morte súbita por causas cardiovasculares, principalmente em homens com menos de 40 anos de idade. As mulheres ou têm uma menor incidência de miocardite viral ou desenvolvem infecções menos graves do que os homens.
Fulminante ou crônica
A infecção do coração por vírus pode se manifestar de uma forma aguda e autolimitada (miocardite fulminante), em que os pacientes geralmente se recuperam assim que o vírus é eliminado. No entanto, pacientes com função cardíaca severamente comprometida podem exigir a utilização temporária de um dispositivo ventricular assistivo.
Outros pacientes desenvolvem miocardite crônica, uma inflamação progressiva do músculo cardíaco que resulta do estabelecimento de infecções virais persistentes, que o corpo não consegue eliminar, ou a indução de autoimunidade a proteínas do coração.
A miocardite crônica dura vários meses e até anos, podendo resultar na cardiomiopatia dilatada, que pode exigir um transplante de coração. Estima-se que até 30% dos casos de cardiomiopatia dilatada resultem de infecções virais.
O que está sendo feito
Nas pesquisas mais recentes na área, modelos animais vêm sendo utilizados para investigar diversos aspectos da doença clínica, principalmente as diferenças de suscetibilidade à miocardite entre homens e mulheres - nos homens a testosterona age no sentido de induzir uma autoimunidade no coração, enquanto o estrogênio nas mulheres age no sentido de suprimir a infecção pelo vírus e a autoimunidade.
A expectativa é que o conhecimento gerado por esses estudos em animais seja aplicado em pesquisas em humanos, que possam ajudar a melhorar o diagnóstico e a terapia das infecções virais do coração.
Ver mais notícias sobre os temas: | |||
Coração | Vírus | Sistema Imunológico | |
Ver todos os temas >> |
A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.