Felicidade fora das redes sociais
Pesquisadores das universidades de Stanford e de Nova York (EUA) constataram impactos positivos em pessoas que pararam de usar a rede social Facebook durante um período.
O estudo verificou entre os entrevistados um aumento do bem-estar, melhoria na socialização cara-a-cara, redução da polarização política e uma queda do tempo de presença na plataforma após o fim do levantamento.
"A desativação da rede social trouxe pequenas, mas significativas melhorias no bem-estar e, em particular, em registros de felicidade, satisfação de vida, depressão e ansiedade," escreveu a equipe.
Na escala utilizada, esses impactos foram equivalentes a cerca de 25% a 40% de efeitos percebidos em intervenções psicológicas, como terapias individuais e em grupo.
Menos controvérsias
O trabalho, que envolveu 2.800 pessoas, constatou que a interrupção do tempo na rede social liberou em média uma hora por dia dos participantes, que relataram ter-se dedicado a outras atividades, como assistir televisão e socializar com familiares e amigos.
Os pesquisadores também examinaram o acompanhamento de notícias e o engajamento político, incluindo a polarização política das pessoas envolvidas. Esse último termo refere-se à intensidade de discordância de pontos de vista, fenômeno indicado por outros estudos como um dos efeitos do uso de redes sociais.
Foi observada uma queda de 15% no tempo dedicado a notícias. As pessoas fora da rede social acompanharam menos questões de atualidade política e iniciativas de governantes.
Os pesquisadores não detectaram impacto na participação política, como a decisão de não participar das eleições legislativas. Contudo, o estudo indicou uma diminuição da polarização e exposição a mensagens com conteúdos de críticas fortes a determinadas visões políticas.
Volta à vida real
O estudo parece ter gerado mudanças reais no comportamento dos voluntários. Eles relataram, em média, um tempo na plataforma 23% menor do que o despendido pelas pessoas que não desativaram as contas e também foram acompanhadas no estudo.
"Os participantes relataram que estavam passando menos pelo Facebook, tinham desinstalado o aplicativo de seu telefone e estavam fazendo um uso mais decidido da plataforma," diz o estudo.
Segundo os autores, essas respostas vão ao encontro da percepção de impactos positivos na vida dos usuários, ao encerrar ou reduzir o engajamento na rede social. "A desativação fez com que as pessoas apreciassem mais o Facebook, tanto em seus impactos positivos quanto negativos em sua vida", destaca a pesquisa.
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