Chás são bons
Talvez esteja na hora de se livrar de mais um preconceito - um preconceito contra alguns tipos de chás.
Há chás bem famosos, e você já deve estar bem ciente principalmente dos poderes do chá verde. Mas será que outros chás não têm igualmente potencial para fazer bem à saúde?
O Dr. Feng Lei, da Universidade Nacional de Cingapura, resolveu estudar esta questão e acabou com duas boas notícias: todos os chás são bons, desde que adequadamente preparados, e eles podem reduzir a deterioração cognitiva em até 86%.
Chá contra demência
Para atestar isso, o médico fez um experimento envolvendo 957 adultos chineses acima de 55 anos de idade. Eles foram acompanhados de 2003 até 2010 com testes de funções cognitivas, além do monitoramento dos estilos de vida, condições médicas, atividades físicas e, claro, quanto chá tomavam por dia.
Os resultados mostraram melhoras significativas na manutenção das funções cognitivas com a ingestão média de um copo de chá por dia - culminando com uma redução na deterioração cognitiva de 86% entre os participantes que possuíam uma característica genética que se considera aumentar o risco de Alzheimer.
"Embora o estudo tenha sido realizado em idosos chineses, os resultados podem aplicar-se a outras raças também. Nossos resultados têm implicações importantes para a prevenção da demência. Apesar de ensaios clínicos de alta qualidade de drogas, ainda não se conseguiu desenvolver terapias farmacológicas eficazes para transtornos neurocognitivos, como a demência, e as atuais estratégias de prevenção estão longe de serem satisfatórias," ressaltou o Dr. Feng Lei.
Chá das folhas
Os benefícios a longo prazo da ingestão de chá são atribuídos pelo Dr. Lei aos compostos bioativos presentes nas folhas das plantas, tais como catequinas, teaflavinas, tearrubiginas e L-teaninas. Daí a importância de preparar o chá por infusão diretamente a partir das folhas, e não de preparados secos.
"Esses compostos apresentam potencial anti-inflamatório e antioxidante e outras propriedades bioativas que podem proteger o cérebro de danos vasculares e de neurodegeneração. Nossa compreensão dos mecanismos biológicos detalhados ainda é muito limitado, então precisamos de mais pesquisas para encontrar respostas definitivas," concluiu Lei.
Os resultados foram publicados no Journal of Nutrition, Health & Aging.
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