Terapia de Reprocessamento da Dor
Dois terços dos pacientes com dor crônica nas costas que se submeteram a um tratamento psicológico de quatro semanas ficaram sem dor ou quase sem dor após o tratamento.
E a maioria manteve o alívio por um ano após a aplicação do tratamento, chamado Terapia de Reprocessamento da Dor (TRD).
Estes resultados impressionantes fornecem algumas das mais fortes evidências já coletadas de que um tratamento psicológico pode fornecer um alívio potente e duradouro para a dor crônica.
"Por muito tempo, pensamos que a dor crônica se devia principalmente a problemas no corpo, e a maioria dos tratamentos até agora tem esse objetivo," explica o Dr. Yoni Ashar, da Universidade do Colorado em Boulder (EUA). "Este tratamento é baseado na premissa de que o cérebro pode gerar dor na ausência de lesão ou após a cicatrização de uma lesão, e que as pessoas podem desaprender essa dor. Nosso estudo mostra que funciona."
A dor que está no cérebro
Aproximadamente 85% das pessoas com dor crônica nas costas têm o que é conhecido como "dor primária", o que significa que os testes são incapazes de identificar uma origem corporal clara, como danos nos tecidos.
Rotas neurais com falhas são pelo menos parcialmente culpadas: Diferentes regiões do cérebro - incluindo aquelas associadas à recompensa e ao medo - se ativam mais durante episódios de dor crônica do que de dor aguda. E, entre os pacientes com dor crônica, certas redes neurais são sensibilizadas para reagir exageradamente mesmo a estímulos leves.
Se a dor é um sinal de alerta de que algo está errado com o corpo, a dor crônica primária é "como um alarme falso preso na posição 'ligado'. A terapia consiste em desligar esse alarme falso: A ideia é que, ao pensar na dor como segura, em vez de ameaçadora, os pacientes conseguem alterar as redes cerebrais que reforçam a dor e neutralizá-la," disse Ashar.
"Isso não está sugerindo que sua dor não seja real ou que está 'tudo em sua cabeça'," enfatiza o professor Tor Wager, observando que as mudanças nas vias neurais do cérebro podem durar muito tempo depois que uma lesão passou, reforçada por tais associações. "O que isso significa é que, se as causas estão no cérebro, as soluções também podem estar lá."
Tratamento psicológico para dor
Antes e depois do tratamento, os participantes também foram submetidos a exames de ressonância magnética funcional (fMRI) para medir como seus cérebros reagem a um estímulo de dor leve.
Após o tratamento, 66% dos pacientes no grupo que recebeu a Terapia de Reprocessamento da Dor estavam sem dor ou quase sem dor, em comparação com 20% do grupo do placebo e 10% do grupo sem tratamento.
"A magnitude e durabilidade das reduções da dor que vimos são muito raramente observadas em estudos de tratamento de dor crônica," disse Ashar, observando que os analgésicos opioides produziram apenas alívio moderado e de curto prazo em muitos estudos.
Os autores enfatizam que o tratamento não se destina a "dores secundárias" - aquelas originadas em lesões ou doenças agudas.
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