Laser contra zumbido
O tinnitus, o famoso zumbido no ouvido, é o mais novo membro de uma longa lista de condições que podem ser tratadas com terapias a laser, conhecidas como fotobiomodulação.
Pesquisadores Instituto de Física da USP em São Carlos (SP) acabam de demonstrar que o tratamento com laser rende aos pacientes os melhores benefícios dentre todos os tratamentos disponíveis para a condição.
Apesar de não ser considerado uma doença - é, na verdade, um sintoma -, o tinnitus é incômodo e, em alguns casos, incapacitante. Como pode estar relacionado a diversos problemas, de insuficiência na irrigação periférica e lesões locais a bruxismo e excesso de cera, não conta com tratamentos padronizados ou medicamentos aprovados.
"O zumbido no ouvido é um sintoma de grande incidência na população, tratado com uma infinidade de métodos, desde lavagem interna do ouvido a drogas como anestésicos locais, antidepressivos, anti-histamínicos, antipsicóticos e sedativos, com resultados diferentes," detalhou o pesquisador Vitor Hugo Panhóca. "Após encontrarmos artigos na literatura científica mostrando resultados consistentes da aplicação intra-auricular do laser de baixa potência, decidimos realizar uma comparação e buscar mais respostas para o problema."
Terapias para zumbido no ouvido
A equipe testou o uso de modalidades alternativas e complementares de tratamento para pacientes com zumbido idiopático (sem causa aparente) e refratário, ou seja, que não responde a outros tratamentos. Foram dez grupos de mais de cem pacientes (homens e mulheres entre 18 e 65 anos), que passaram respectivamente pelas seguintes terapias: Laserpuntura (laser combinado com acupuntura), dicloridrato de flunarizina, o fitoterápico ginkgo biloba e estimulação transmeatal a laser de baixa intensidade (LLLT) sozinha e combinada com vacuoterapia, ultrassom, ginkgo biloba e dicloridrato de flunarizina.
Os melhores resultados foram observados nos pacientes que passaram por laserpuntura e estimulação transmeatal aplicando laser de baixa intensidade.
No caso da LLLT (estimulação transmeatal a laser de baixa intensidade), houve melhora ainda maior quando se aumentou o tempo de irradiação de seis para 15 minutos. Também tiveram efeito terapêutico duradouro as combinações de LLLT com terapia a vácuo, ginkgo biloba ou laserpuntura e dicloridrato de flunarizina sozinho.
"Os efeitos incluíram ação anti-inflamatória e sensação de relaxamento - e acreditamos que o laser possa aumentar a irrigação periférica, que pode ser o centro do problema em muitos casos, e a proliferação de células e colágeno," contou Panhóca.
Protocolos de tratamento
Embora não seja o único a demonstrar a aplicação do laser com sucesso, este estudo brasileiro ajuda a abrir o caminho para a criação de um protocolo para o uso dessa ferramenta por dentistas, otorrinos, fonoaudiólogos e outros profissionais da área de saúde que lidam com pacientes que apresentam zumbido, já que atualmente existe uma variação muito grande de número de sessões e intensidade descritas.
"Entender como as modalidades de tratamento bem-sucedidas funcionam contribui para restringirmos e focarmos ainda mais os próximos estudos e faz parte de uma curva de aprendizado quando se faz inovação em tratamentos de saúde como este," disse Panhóca, acrescentando que agora será necessário estudar os efeitos de longo prazo da LLLT.
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