A minha e a dos outros
Embora tirar e postar selfies seja extremamente popular, 82% das pessoas afirmam preferir que houvesse menos selfies nas mídias sociais.
Curiosamente, essas mesmas pessoas - esses 82% - percebem suas próprias selfies como mais autoirônicas e autênticas, e veem as selfies dos outros de uma forma mais crítica, como menos autênticas e mais como autopromocionais.
A porção mais crítica desse grupo chega a argumentar que uma selfie nunca pode ser um vislumbre autêntico na vida de alguém, parecendo sempre artificial e fazendo a pessoa que tira a foto como alguém absorvida em si mesma.
Apesar de 77% dos participantes nesta pesquisa afirmarem tirar selfies regularmente, de 62 a 67% - dependendo do grupo - concordaram com as potenciais consequências negativas das fotos de si mesmo. Esta percepção negativa também foi ilustrada pelos 82% dos participantes que afirmam preferir ver outros tipos de fotos, em vez das selfies, nas mídias sociais.
Paradoxo das selfies
Tomando essas atitudes e depoimentos de forma simples e direta, as selfies não deveriam ser tão populares quanto são.
Este fenômeno - a maioria das pessoas tira selfies regularmente, enquanto a maioria parece não gostar delas - está sendo chamado de o "paradoxo das selfies" por Sarah Diefenbach e Lara Christoforakos, psicólogas da Universidade Ludwig-Maximilians em Munique (Alemanha).
Para elas, a chave para o paradoxo pode estar na forma como as pessoas veem suas próprias selfies, em comparação com as dos outros. Os participantes atribuem maiores motivos de autoapresentação e menos autenticidade às selfies tiradas pelos outros, em comparação com aquelas tiradas por eles mesmos, que foram julgadas como autoirônicas e mais autênticas.
Em outras palavras, se forem usados seus próprios critérios, as pessoas querem aparecer e se promover, mas se autojustificam em nome de uma autenticidade e de uma espontaneidade que a maioria não reconhece como válida. Isso está de acordo com outras pesquisas que mostraram que quem mais gosta das selfies é a própria pessoa que as tira.
"Isso pode explicar como todo mundo pode tirar selfies sem se sentir narcisista. Se a maioria das pessoas pensar assim, então não é de admirar que o mundo está cheio de selfies," interpreta a dupla em seu estudo, publicado na revista Frontiers in Psychology.
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