16/07/2008

Tilápia e catfish contêm uma combinação perigosa de ácidos graxos

Mark Wright
Tilápia e catfish contêm uma combinação perigosa de ácidos graxos

[Imagem: Seaburst R]

O perigo escondido nas tilápias

A tilápia criada em cativeiro, um dos peixes mais consumidos no mundo todo, tem níveis muito baixos de omega-3, um ácido graxo benéfico, e, talvez pior do que isto, níveis muito altos de ácido graxo omega-6, segundo uma pesquisa feita na Wake Forest University School of Medicine, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores afirmam que a combinação pode ser uma fonte de alimento potencialmente perigosa para alguns pacientes com doenças do coração, artrite, asma e outras doenças alérgicas e auto-imunes, que são particularmente vulneráveis a uma "resposta inflamatória exagerada."

Sabe-se que a inflamação causa danos aos vasos sangüíneos, ao coração, pulmões e tecidos das articulações, pele e ao trato digestivo.

Tilápia e catfish

Tanto a tilápia quanto o catfish (peixe-gato, conhecido no Brasil como bagre) crescidos em cativeiro "têm ácidos graxos característicos que são geralmente considerados pela comunidade científica como prejudiciais," dizem os pesquisadores.

A tilápia tem níveis potencialmente prejudiciais das longas cadeias do ácido graxo omega-6 até 80% maiores do que um hambúrguer, uma porção de bacon de porco ou um sonho.

Escolhendo o peixe correto

"Para indivíduos que estão comendo peixe como um método para controlar doenças inflamatórias, como doenças do coração, está claro por estes números que a tilápia não é uma boa escolha," diz o artigo. "Mantidos constantes todos os demais conteúdos nutricionais, o potencial inflamatório do hambúrguer e do toucinho de porco é mais baixo do que uma porção média de tilápia."

O artigo destaca que os efeitos benéficos dos ácidos graxos omega-3, conhecidos cientificamente como PUFAs (long-chain n-3 polyunsaturated fatty acids), estão bem documentados. A Associação Norte-Americana do Coração agora recomenda que cada pessoa coma pelo menos duas porções de peixe por semana, e que os pacientes com doenças do coração consumam pelo menos 1 grama por dia dos dois ácidos graxos omega-3 mais críticos, conhecidos como EPA (ácido eicosapentaenóico) e DHA (ácido docosahexaenóico ).

Comer mais peixe

Mas, afirma também o artigo, a recomendação da comunidade médica para que as pessoas comam mais peixe tem resultado no consumo de quantidades cada vez maiores de peixes como a tilápia, que podem fazer mais mal do que bem, por causa dos seus altos níveis dos ácidos graxos omega-6 (n-6 PUFAs).

"A taxa de ácido araquidônico (AA) em relação às grandes cadeias de n-3 PUFAs (EPA e DHA) na dieta dos seres humanos parecem ser um fator importante que determina o efeito antiinflamatório dos óleos de peixe," escrevem os pesquisadores.

Eles citam numerosos estudos, incluindo um muito recente que prevê que "as alterações na relação entre as taxas de ácido araquidônico e o EPA ou DHA alteram o equilíbrio dos agentes pró-inflamatórios como mediadores químicos protetores ... que se acredita desempenharem um papel crucial na solução da resposta inflamatória" no organismo.

Conteúdo de omega-6 nas tilápias

A tilápia contém menos de 0,5 grama de omega-3 por porção de 100 gramas. O salmão e a truta, por sua vez, contêm 3 e 4 gramas respectivamente. A relação entre o omega-6 e o omega-3, AA para EPA respectivamente, alcança uma média de 11 para 1 na tilápia, e de 1 para 1 no salmão e na truta.

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