Tratamento contra tremor
Uma terapia à base de ultrassom, ainda em fase de testes, conseguiu eliminar os tremores incontroláveis que acometiam a mão de um paciente britânico.
Os tremores eram resultado de um transtorno neurológico provocado por falhas ainda não muito bem compreendidas nos circuitos do hipotálamo, uma região na base do cérebro.
Esse tipo de problema é normalmente tratado ou com uma cirurgia no cérebro ou com medicamentos - mas, em ambos os casos, há riscos de efeitos colaterais graves, como derrame ou infecções.
O novo tratamento é não-invasivo, dispensando até mesmo a anestesia ou incisões.
Ultrassom focalizado
Os médicos do hospital Santa Maria de Londres (Inglaterra) utilizaram ondas de ultrassom para destruir os tecidos que geravam os sinais elétricos que chegavam aos músculos da mão de Selwyn Lucas e o faziam tremer descontroladamente.
O ultrassom - ondas de som em uma frequência que os seres humanos não conseguem ouvir - de alta intensidade é capaz de destruir os circuitos do cérebro que causam o tremor. Para não causar danos a outros tecidos, as ondas de som são altamente focalizadas.
Quando se concentra em um único ponto, o feixe de ondas pode destruir o tecido esquentando as células a uma temperatura de até 60 graus Celsius, causando sua morte. O procedimento demorou cerca de cinco horas e consistiu em 12 sonicações, cada uma durante alguns segundos. Após cada sonicação o paciente era monitorado para evitar danos colaterais.
A FDA (Food and Drug Administration, a "Anvisa" dos EUA) aprovou no início deste ano a utilização do ultrassom focalizado de alta intensidade para tratar esse tipo de tremor, mas a terapia ainda passa por testes internacionais para avaliar sua efetividade e segurança.
Além disso, os primeiros pacientes que estão participando dos testes precisarão ser monitorados a longo prazo para verificar se os efeitos são permanentes.
Parkinson e câncer
Lucas foi um dos quatro pacientes operados com esse sistema no Reino Unido, e os bons resultados dão novas esperanças para o tratamento de deficiência similares, como as que acometem os portadores do Mal de Parkinson, ou mesmo outros tipos de doenças localizadas, como o câncer.
"Potencialmente, poderíamos usá-la para ativar substâncias químicas dentro do corpo que estão adormecidas para tratar tumores cerebrais, por exemplo", afirmou Peter Bain, neurologista envolvido nos testes.
Ver mais notícias sobre os temas: | |||
Equipamentos Médicos | Neurociências | Cérebro | |
Ver todos os temas >> |
A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.