Efeitos do Bisfenol-A
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, está se preparando para quantificar com precisão a presença do contaminante Bisfenol-A em produtos plásticos.
O Bisfenol-A é um composto orgânico fenólico presente em recipientes plásticos, como mamadeiras, garrafas de água e outros produtos à base de policarbonato.
Só muito recentemente os efeitos adversos do material foram reconhecidos pelos cientistas. Hoje o Bisfenol-A é tido como um contaminante emergente e seu uso em mamadeiras já foi proibido na Europa.
Entre os impactos nocivos do Bisfenol-A à saúde já foram listados obesidade, problemas cardíacos, antecipação ou atraso no desenvolvimento da puberdade e problemas hormonais, como a ginecomastia - crescimento das glândulas mamárias dos homens.
Cromatografia e espectrometria
A equipe de pesquisadores do Laboratório de Análises Químicas (LAQ) do Instituto, está consolidando uma metodologia para quantificar essa substância com mais precisão.
A metodologia toma por base a técnica de "cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas", que promove a separação dos compostos e a fragmentação iônica das moléculas de uma determinada substância, "permitindo quantificar as substâncias nocivas", afirma Helena Lima de Araújo Glória, pesquisadora do IPT.
Para realizar os testes em mamadeiras, por exemplo, é colocado nesse recipiente um líquido que simula a interação do leite, suco ou alimentos gordurosos. As análises são feitas por períodos de tempos determinados em normas.
A dosagem de Bisfenol-A é obtida em partes por milhão (ppm), e esse resultado, por sua vez, é confrontado com regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que define uma tolerância de 0,6 mg/kg para essa substância.
Limpeza das mamadeiras
Segundo Helena, a aplicação de produtos de limpeza com propriedades alcalinas nos recipientes de policarbonato, como alguns detergentes e água sanitária, promove a liberação do Bisfenol-A.
Além de reações químicas, a liberação do Bisfenol-A ocorre também com o aquecimento e por desgaste dos recipientes.
A pesquisadora lembra ainda que resinas epóxi podem conter esse contaminante, que também faz parte da formulação do verniz de proteção usado em latas alimentícias.
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