Filmando a voz
Para produzir a voz, as pregas vocais existentes na laringe humana vibram entre 100 e 400 vezes por segundo.
É impossível observar o fenômeno a olho nu, mas ele pode ser filmado e depois visto em câmera lenta.
Isto se tornou possível graças a um aparelho de videolaringoscopia capaz de capturar até 4 mil imagens por segundo.
A tecnologia tem permitido a pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) entender melhor o funcionamento das pregas vocais e estudar patologias que prejudicam sua vibração.
Estabelecendo o que é normal
O equipamento, pioneiro no país, também está tornando possível avaliar, com critérios objetivos, o impacto de cirurgias e tratamentos fonoaudiológicos na produção da voz.
"Como esse equipamento é novo, o primeiro passo foi definir o que seria o funcionamento normal das pregas vocais. Para isso, criamos um protocolo", conta o pesquisador Arlindo Neto Montagnoli.
Coube à fonoaudióloga Regina Aparecida Pimenta, realizado o levantamento detalhado, avaliando a vibração das pregas vocais de 30 voluntários sem queixa na voz - 12 homens e 18 mulheres - antes e depois da realização de exercícios fonoaudiológicos.
"Foi possível comprovar que os exercícios melhoram, por exemplo, a mobilidade e a amplitude de vibração das pregas. Isso faz com que as pessoas se desgastem menos para falar. É como uma musculação para a voz", explicou.
Encontrando os problemas
A seguir, a também fonoaudióloga Paula Belini comparou o funcionamento das pregas vocais de pacientes sadios com o de portadores de nódulos vocais.
Para isso foi necessário desenvolver um programa de computador que simula o movimento das pregas vocais e mede diversos parâmetros, como os ciclos de vibração das pregas e o tempo de fase fechada, o que foi feito por Alan Petrônio Pinheiro.
"Pretendemos criar um modelo computacional para testar técnicas cirúrgicas de forma virtual. Isso daria ao médico uma ideia de como poderá ficar a voz do paciente após a operação", afirma Montagnoli.
Eletrocardiograma da voz
Os cientistas agora querem desenvolver uma espécie de "eletrocardiograma" da voz, gráficos que permitam avaliar o funcionamento das pregas vocais com rapidez.
Isso permitirá que o médico olhe para os gráficos do exame do paciente e saiba imediatamente se há alguma anomalia.
"A ideia é tentar identificar padrões. O médico olharia o gráfico e já saberia se a alteração é causada por um cisto ou por um nódulo, por exemplo", contou a otorrinolaringologista Adriana Hachiya, membro da equipe.
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