15/07/2020

Solidão pode encurtar sua vida

Redação do Diário da Saúde
Solidão pode encurtar sua vida
Não é que viver sozinho não faça bem - a solidão faz mal, psicológica e fisiologicamente falando.
[Imagem: MaBraS/Pixabay]

Impacto da solidão na saúde

Nenhuma época foi tão adequada para estudar a solidão - e nem tão pródiga nesses estudos.

O resultado mais recente confirma que viver isolado - não confundir com o distanciamento social temporário imposto pela pandemia - pode levar a uma vida mais curta.

"Nós somos criaturas sociais. A interação e a cooperação sociais alimentaram a rápida ascensão da cultura e da civilização humana. No entanto, as espécies sociais têm grandes dificuldades quando são forçadas a viver isoladas. De bebês a idosos, a inserção psicossocial nos relacionamentos interpessoais é fundamental para a sobrevivência," explica o professor Danilo Bzdok, da Universidade McGill (Canadá).

Em vez de idealizar mais um experimento, Bzdok e seu colega Robin Dunbar avaliaram uma ampla gama de estudos, feitos com diversos enfoques e objetivos, o que lhes permitiu captar uma visão completa do grave impacto que a solidão pode ter para a saúde humana.

No balanço geral, esses estudos indicam que:

  • Ter relacionamentos interpessoais fortes é fundamental para se manter saudável em qualquer fase da vida.
  • Viver isolado é um preditor significativo do risco de morte.
  • A estimulação social insuficiente afeta o desempenho do raciocínio e da memória, a homeostase hormonal, a substância cinzenta/branca do cérebro, a conectividade e as funções cerebrais, bem como a resiliência a doenças físicas e mentais.
  • Sentimentos de solidão podem se espalhar através de uma rede social, causando uma percepção social negativa, aumentando a morbidade e a mortalidade e, em pessoas mais velhas, precipitando o aparecimento de demências como a doença de Alzheimer.
  • A solidão prejudica diretamente o sistema imunológico, tornando-nos menos resistentes a doenças e infecções. De fato, sentir-se sozinho e ter poucos amigos pode resultar em uma defesa imunológica particularmente ruim.
  • Pessoas mais integradas socialmente têm biomarcadores melhor ajustados para a função fisiológica, incluindo pressão arterial sistólica mais baixa, menor índice de massa corporal e níveis mais baixos de proteína C-reativa (uma resposta molecular à inflamação).

"A solidão se acelerou na década passada. Dadas as consequências potencialmente graves que isso pode ter sobre nossa saúde mental e física, há um crescente reconhecimento e vontade política para enfrentar esse desafio social que vem crescendo," disse o professor Robin Dunbar.

Checagem com artigo científico:

Artigo: The Neurobiology of Social Distance
Autores: Danilo Bzdok, Robin I.M. Dunbar
Publicação: Trends in Cognitive Sciences
DOI: 10.1016/j.tics.2020.05.016
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