Neurotratamento por ondas
Cientistas desenvolveram uma técnica que usa ondas eletromagnéticas para regular e minimizar o acúmulo de proteínas beta-amiloide no cérebro.
Embora a teoria das amiloides como causa do Alzheimer seja agora largamente contestada, por décadas os cientistas basearam todos os seus estudos sobre ela, ainda que sem quaisquer êxitos.
A vantagem do trabalho da equipe do Dr. Wenyu Peng, da Universidade de Pequim (China), é que a técnica é não-invasiva, baseada na frequência de terahertz (THz).
Atualmente os cientistas acreditam que o campo físico dos sinais neurais pode ser um campo eletromagnético de alta frequência, que varia de terahertz (THz) a infravermelho (IR), com a maior probabilidade indicando uma faixa de 0,5 a 100 THz. Experimentos já demonstraram o envolvimento dessa chamada "onda eletromagnética THz generalizada", com o desenrolamento dos grampos do DNA, a permeabilidade do canal de cálcio e as correntes de íons de potássio.
Como os experimentos revelaram que a onda THz ressoa com a população molecular e modifica as ligações de hidrogênio, a equipe focou na rede intermolecular de ligações de hidrogênio paralelas ao eixo das fibrilas de beta-amiloide. Os melhores efeitos foram obtidos com a emissão de uma radiação na frequência de 34,88 THz, que obteve uma redução na agregação das amiloides de 80%.
Radiação terahertz
A equipe ressalta que usou as amiloides β (Aβ) apenas como exemplo para conduzir sua pesquisa. Eles não defendem que as Aβ desempenhem o papel determinante no desenvolvimento da doença de Alzheimer, uma vez que mais e mais pesquisas começaram a enfatizar a importância das proteínas tau, por exemplo.
Contudo, as diversas proteínas têm processos de agregação dinâmicos semelhantes e ainda não existem drogas eficazes que possam inibir ou aliviar a deterioração das patologias nas quais elas estão envolvidas, como o Alzheimer.
É por isso que esta pesquisa traz uma nova esperança de intervenção para esses e outros casos no âmbito da neurociência, que não dependa de intervenções farmacológicas. Antes disso, porém, será necessário conduzir testes in vivo para demonstrar que as ondas terahertz não afetem tecidos saudáveis.
Embora seja conhecida como "radiação terahertz", ou raios T, a frequência THz não é ionizante, não produzindo efeitos danosos como os raios X, por exemplo. Na verdade, acredita-se que os raios X poderão ser aposentados por esta nova tecnologia sem radiação.
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