17/09/2015

Quais são os riscos dos suplementos e alimentos proteicos?

Com informações da Anvisa

Descobertas e denúncias

A preocupação dos consumidores com a saúde e a estética tem contribuído para o surgimento e o desenvolvimento de um mercado de produtos que mesclam características de alimentos, medicamentos e cosméticos.

Mas este é um mercado problemático.

Além de anúncios quase diários de descoberta de novos benefícios de produtos específicos, há igualmente denúncias, notificações de eventos adversos, adulterações e alertas internacionais referentes ao uso de suplementos alimentares.

Muitos nomes

As autoridades sanitárias e os fabricantes utilizam diferentes terminologias para denominar esses produtos, tais como: alimentos funcionais, nutracêuticos, suplementos dietéticos, suplementos para saúde e nutricosméticos.

No Brasil, não há previsão legal para a categoria "Suplementos Alimentares". Atualmente, esses produtos poderiam ser enquadrados em pelo menos quatro categorias distintas de alimentos: suplementos vitamínicos e minerais; novos alimentos; alimentos com alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde; e substâncias bioativas isoladas e probióticos. Na área de medicamentos, alguns suplementos poderiam ser enquadrados como medicamentos específicos, medicamentos fitoterápicos ou medicamentos biológicos.

Trata-se, portanto, de uma categoria muito ampla de produtos com características qualitativas e quantitativas bastante variadas.

Irregularidades

Os consumidores que procuram uma maneira rápida e fácil para perder peso, ganhar massa muscular, melhorar a aparência ou mesmo obter outros benefícios à saúde devem ficar atentos à publicidade, pois em geral produtos mal caracterizados não cumprem os benefícios anunciados.

Ainda pior do que isso: eles podem causar danos à saúde se contiverem ingredientes que não são seguros para serem consumidos como alimentos ou, ainda, conter substâncias com propriedades terapêuticas, que não podem ser consumidas sem acompanhamento médico, ou não podem ser ingeridas ao mesmo tempo que alguns medicamentos.

Nos anos de 2013 e 2014, a Anvisa analisou 23 suplementos proteicos, sendo que 20 apresentaram irregularidades de composição, e apenas um desses produtos apresentou resultado satisfatório para todos os ensaios.

Suplementos só para atletas

Alimentos não podem ter propriedades ou indicações terapêuticas e ou medicamentosas. Portanto, propagandas e rótulos que indicam produtos para prevenção ou tratamento de doenças ou sintomas, emagrecimento, redução de gordura, ganho de massa muscular, aceleração do metabolismo ou melhora do desempenho sexual são ilegais.

Os alimentos para atletas são considerados alimentos para fins especiais, destinados a atender as necessidades nutricionais específicas e auxiliar no desempenho de atletas. Esses produtos não podem apresentar substâncias estimulantes, hormônios ou outras consideradas como doping pela Agência Mundial Antidoping (WADA).

Os alimentos para atletas são classificados como suplemento: hidroeletrolítico para atletas; energético para atletas; proteico para atletas; para substituição parcial de refeições de atletas; de creatina para atletas; de cafeína para atletas. Essa denominação deve constar na rotulagem mesmo no caso de produto importado.

Para as pessoas que praticam atividade física com objetivo de promoção da saúde, recreação ou estética - pessoas que não são atletas - não há necessidade de suplementação alimentar. Essa parcela da população não deve consumir esse tipo de alimento sem a orientação de um profissional competente. Uma dieta balanceada e diversificada é suficiente e recomendável para atender as necessidades nutricionais dessas pessoas.

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