SynTac
Armados com uma nova estratégia que desenvolveram para reforçar a resposta imunológica do corpo, cientistas do Colégio de Medicina Albert Einstein (EUA) conseguiram eliminar a infecção por HIV em camundongos, um caminho promissor para uma cura funcional para a AIDS e outras infecções virais crônicas.
O tratamento envolve proteínas projetadas em laboratório para estimular seletivamente as "células assassinas" T CD8+ do sistema imunológico - elas só "assassinam" ameaças -, fazendo-as se multiplicarem e atacarem especificamente as células T infectadas pelo HIV.
As proteínas sintéticas foram batizadas de synTac, abreviação em inglês para "sinapse para ativação de células T".
Cura funcional
O HIV infecta as células T CD4+ do sistema imunológico. Nos últimos 25 anos, pessoas infectadas pelo HIV têm conseguido controlar sua infecção por meio da terapia antirretroviral (TARV), uma combinação de vários medicamentos que evitam que o HIV infecte novas células T CD4+ e se multiplique dentro delas.
Contudo, se a TARV for interrompida, os vírus HIV latentes - que podem persistir por anos nas células T CD4+ - invariavelmente emergem de seus esconderijos para reviver a infecção.
As proteínas synTac aumentam muito a quantidade de células T CD8+ protetoras específicas para o HIV, eliminando essas células infectadas, gerando o que os pesquisadores chamam de "cura funcional".
"É improvável que qualquer estratégia de tratamento possa remover todas as células T infectadas de forma latente," comentou o Dr. Harris Goldstein. "Nosso objetivo com a synTac é uma 'cura funcional', na qual a poderosa resposta imunológica induzida pela synTac suprime o HIV a níveis indetectáveis, mesmo após a interrupção da TARV."
Outra notícia promissora é que a técnica pode ser usada para tratar várias outras condições, incluindo algumas não causadas por vírus.
"Um elemento chave da plataforma synTac é a facilidade com que podemos programar proteínas para combater qualquer uma das muitas doenças nas quais as células T desempenham um papel - incluindo alvos de doenças que se estendem muito além dos vírus. Por exemplo, um ensaio clínico em andamento, envolvendo pacientes com câncer de cabeça e pescoço, está avaliando a capacidade da synTac de ativar seletivamente as células T anticâncer. E, uma vez que as synTacs podem desligar, bem como ativar, as células T, elas também estão sendo estudadas para tratar diabetes tipo 1 e outras doenças autoimunes, desativando as células T que atacam erroneamente os tecidos saudáveis das pessoas," disse o Dr. Steven Almo, coordenador da equipe.
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