Causa do cansaço mental
Pensar muito por várias horas pode nos deixar mentalmente cansados.
A questão que os cientistas sempre tentaram responder é: Como nos cansamos mentalmente se o cérebro é tão diferente dos músculos, que se cansam após um exercício?
Agora temos uma resposta sobre por que ficamos cansados após uma forte carga mental.
E a resposta é que uma concentração mental prolongada gera um acúmulo de um composto químico, chamado glutamato, nas regiões da parte frontal do cérebro.
Essa sobrecarga de glutamato, conforme vai aumentando, dificulta cada vez mais o trabalho mental, finalmente gerando a fadiga mental.
Isso explica por que finalmente nos damos por vencidos, ou evitamos tarefas difíceis quando mentalmente fatigados: É que o excesso de glutamato é potencialmente prejudicial. "O cérebro quer evitar isso, então está tentando reduzir a atividade," explica o professor Antonius Wiehler, do Instituto do Cérebro de Paris (França), que liderou a pesquisa.
Por que ficamos mentalmente cansados?
O cérebro não parece ficar sem energia depois de trabalhar duro e, mesmo quando não estamos deliberadamente pensando em nada específico, algumas regiões do cérebro, chamadas de "rede de modo padrão", ficam continuamente ativas. Mas isso não gera cansaço mental.
Para desvendar esse mistério, o professor Wiehler e sua equipe usaram uma técnica chamada espectroscopia de ressonância magnética (ERM), que mede os níveis de vários compostos químicos em tecidos vivos de forma inofensiva.
A equipe pediu a 40 voluntários que fizessem tarefas de memória por seis horas enquanto ficavam deitadas em um escâner ERM - 26 dos participantes fizeram uma versão mais difícil da tarefa, enquanto os outros 14 receberam uma mais fácil.
Enquanto isso, a equipe monitorou os níveis de oito substâncias químicas cerebrais diferentes, incluindo o glutamato, que é a principal substância química de sinalização entre os neurônios.
Entre os participantes que realizaram a tarefa mais difícil, o aumento do nível de glutamato corresponde à dilatação das pupilas dos olhos, outra medida bem conhecida de fadiga. Os voluntários que fizeram a tarefa mais simples relataram sentir-se cansados, mas não tiveram aumento de glutamato ou dilatação da pupila.
Segundo os pesquisadores, esta informação pode ser usada pelos médicos para avaliar pessoas com condições que podem dificultar a concentração, como o chamado "nevoeiro cerebral" após a covid-19 e o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em crianças.
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