23/05/2017

Plantas medicinais contêm anticoncepcional masculino

Com informações da BBC
Plantas medicinais contêm anticoncepcional masculino
Um dos compostos foi isolado da raiz do dente-de-leão.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Contraceptivo masculino

Dois compostos normalmente encontrados em plantas poderão vir a ser usados como contraceptivos alternativos - e, mais importante, como um contraceptivo masculino.

As substâncias foram isoladas da raiz do dente-de-leão (Taraxacum officinale) e de uma planta conhecida como videira trovão de Deus (Tripterygium wilfordii, ou lei gong teng), largamente usadas pela medicina tradicional, sobretudo pela medicina tradicional chinesa.

Cientistas norte-americanos conseguiram isolar dois compostos químicos - pristimerina e lupeol - que eles acreditam ser os responsáveis pelo efeito dos tratamentos tradicionais em bloquear a fertilidade.

Nos testes em laboratório, estes compostos impediram que espermatozoides movimentassem sua cauda (ou flagelo) para impulsioná-los pelo aparelho reprodutor feminino - conseguindo, assim, barrar o processo de fertilização. Os compostos operam bloqueando a progesterona, que impulsiona a "natação" vigorosa dos espermatozoides, sem danificá-los.

Segundo o estudo, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, esses compostos agiriam como "camisinhas moleculares".

Lupeol e pristimerina

O lupeol, que já se sabia existir em plantas como a manga e a babosa (Aloe vera), foi identificada na raiz do dente-de-leão, enquanto a pristimerina veio da videira trovão de Deus.

Os pesquisadores descobriram que esses químicos funcionam em doses baixas e não têm efeitos colaterais, diferentemente de outros contraceptivos produzidos a partir de hormônios.

Por isso, o estudo conclui que os compostos poderiam potencialmente ser usados na produção de contraceptivos de emergência, antes ou depois da relação sexual, ou como um contraceptivo permanente via adesivo de pele ou anel vaginal.

A equipe responsável pela pesquisa fará testes em macacos para analisar a eficácia dos químicos, já que seus espermatozoides funcionam de forma muito parecida aos de humanos. Além disso, eles também estão buscando uma fonte mais barata desses químicos - devido ao alto custo de sua extração das plantas.

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