Poder do placebo
O poder dos placebos, mesmo quando totalmente divulgado aos pacientes, sem enganação, pode ser aproveitado para reduzir a fadiga entre os pacientes que se trataram de um câncer.
Esta é uma das primeiras aplicações práticas de uma descoberta recente, que pegou a comunidade científica de surpresa: a de que o placebo dado de forma aberta também funciona.
O uso clínico do placebo foi atestado contra um sintoma específico que se recusa a desaparecer muito tempo após o tratamento do câncer terminar: a fadiga.
Poucos tratamentos estão disponíveis para aliviar a fadiga após o tratamento do câncer, e as intervenções farmacológicas mais efetivas vêm com advertências de efeitos colaterais que podem ser muito piores, incluindo pânico, psicose e insuficiência cardíaca.
Placebo contra a fadiga
Os pacientes que se curaram do câncer e que conscientemente tomaram comprimidos de placebo relataram uma melhoria de 29% - o que é clinicamente significativo - na gravidade da fadiga, e uma melhoria de 39% na avaliação de o quanto a fadiga perturba sua qualidade de vida.
As pílulas placebo usadas foram feitas de celulose, portanto sem um "ingrediente ativo", farmacologicamente falando.
Os pesquisadores contaram aos participantes que as pílulas eram simplesmente placebos, ou pílulas inertes. Cada participante recebeu uma explicação clara de como o efeito placebo funciona e deu sua opinião sobre ele antes do teste. Curiosamente, a opinião de cada paciente sobre o efeito placebo e sua expectativa quanto a ele não alterou o resultado.
"Algumas pessoas que pensavam que o placebo não faria nada tiveram uma boa resposta; outras que acreditavam que isso ajudaria não tiveram uma resposta," detalhou o Dr. Teri Hoenemeyer, da Universidade do Alabama (EUA).
"Enganar ou iludir os pacientes pode ser desnecessário para que o efeito placebo produza benefícios, sendo os processos neurológicos automáticos um possível mecanismo para os efeitos. Isso tem implicações revolucionárias sobre como podemos explorar o poder do efeito placebo na prática clínica," concluiu Hoenemeyer.
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