Medicamento neurológico
Uma equipe internacional de cientistas encontrou um candidato a medicamento que pode impedir a morte dos neurônios modificando o metabolismo da glicose nas células nervosas que apresentam estresse.
O fármaco pode ser útil em várias condições neurológicas, como esclerose lateral amiotrófica, doenças de Alzheimer e Huntington, lesão cerebral traumática e acidente vascular cerebral isquêmico.
Os resultados positivos obtidos em camundongos são promissores o suficiente para que a substância seja pesquisada para uso em humanos.
Metabolismo da glicose
O processo envolvido é a glicólise, geralmente considerada como a via metabólica essencial para a sobrevivência celular, uma vez que ela atende às necessidades das células em caso de consumo intensivo de energia. No entanto, no tecido cerebral a situação é bem diferente - tipos celulares diferentes mostram padrões distintos de metabolismo da glicose.
Nos neurônios, apenas uma pequena porção da glicose é consumida pela via da glicólise. Ao mesmo tempo, os astrócitos, consideradas células auxiliares no cérebro, fornecem nutrientes aos neurônios e utilizam a glicólise para metabolizar a glicose. Essas diferenças se devem principalmente a uma proteína chamada PFKFB3, que normalmente está ausente nos neurônios e é ativa nos astrócitos.
No caso de certas doenças neurológicas, sendo o AVC uma delas, a quantidade de PFKFB3 ativa aumenta nos neurônios, o que é altamente estressante para essas células e leva à morte celular.
Inibidor de PFKFB3
É aí que entra o novo fármaco, um inibidor de PFKFB3, que se mostrou capaz de impedir a morte celular no caso de lesão por isquemia. A inibição do PFKFB3 melhorou a coordenação motora dos camundongos após um AVC e reduziu o volume do infarto cerebral.
Além disso, nas experiências usando culturas de células, foi demonstrado que o inibidor de PFKFB3 protege os neurônios do peptídeo beta-amiloide, o principal componente das placas encontradas nos cérebros dos pacientes com doença de Alzheimer.
"Obviamente, ainda há muito trabalho a se fazer. Nós estamos no momento investigando a eficácia de nossos compostos nos modelos de doenças neurológicas relacionadas à excitotoxicidade órfã. Já obtivemos bons resultados de segurança em camundongos e acreditamos que teremos sucesso em nossas investigações futuras," disse a professora Olga Burmistrova, responsável pelos experimentos.
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