Vida bucólica ou vida monótona?
Morar no campo, nas áreas rurais, há muito é idealizado como um modo tranquilo para se viver sem estresse e criar uma família sem os riscos da cidade grande. Além disso, ar livre, natureza, menos poluição e mais espaço apresentam grandes vantagens para o bem-estar.
Por isso, Olivia Atherton e colegas da Universidade de Houston tiveram uma surpresa quando decidiram comparar os moradores em áreas rurais e urbanas sob vários aspectos em um estudo de psicologia.
A equipe examinou se existem diferenças rural-urbanas nos níveis e mudanças nos traços de personalidade conhecidos como Cinco Grandes (extroversão, amabilidade, abertura, conscienciosidade, neuroticismo) e bem-estar (bem-estar psicológico, satisfação com a vida) ao longo da vida adulta.
Os dados indicam que as pessoas que vivem em áreas rurais tendem a ser mais ansiosos, mais deprimidos e mais neuróticos, bem como menos abertos a novas ideias e pontos de vista.
O estudo também revelou que aqueles que vivem no campo e aqueles que vivem na cidade têm praticamente os mesmos marcadores quando se trata de satisfação com suas vidas e propósito ou significado na vida.
A pesquisa também identificou disparidades no acesso a serviços psicológicos como um potencial fator negativo para o bem-estar das populações rurais.
"Será fundamental melhorar o acesso a serviços psicológicos em áreas remotas e identificar como as características e valores das comunidades rurais podem ser aproveitados para promover a saúde psicológica positiva.
"Dadas as consequências de longo alcance das disparidades de saúde rural para indivíduos, famílias e comunidades, há uma necessidade premente de identificar os mecanismos psicológicos, sociais e estruturais responsáveis pelas disparidades e as formas de intervir nesses mecanismos para melhorar a saúde das pessoas das zonas rurais," disse Atherton.
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