Implante menos agressivo
Embora ainda seja uma técnica utilizada experimentalmente, espetar eletrodos no cérebro tem um quê de medieval.
Por isso os cientistas estão desenvolvendo técnicas menos agressivas, como a estimulação elétrica, estimulação magnética, estimulação por ultra-som e até um sistema de conexão "wireless" com o cérebro.
Agora, cientistas da Universidade de Harvard (EUA) demonstraram que de fato não é necessário espetar nada no cérebro.
Embora ainda se trate de um implante, eles estão gerando os campos magnéticos necessários para controlar os neurônios por meio de bobinas minúsculas.
Microestimulação magnética
A técnica, chamada microestimulação magnética, induz o mesmo tipo de atividade neural que hoje é feita com eletrodos e chips neurais.
Essa atividade neural reduz os sintomas de várias doenças neurológicas, como o Mal de Parkinson, epilepsia, esclerose múltipla e dores crônicas.
"Nós demonstramos que campos gerados por bobinas magnéticas pequenas o suficiente para serem implantadas no sistema nervoso central podem ser usadas para modular a atividade dos neurônios, potencialmente levando a uma nova geração de próteses neurais mais seguras e mais eficazes do que os dispositivos de estimulação elétrica," disse o Dr. Giorgio Bonmassar.
Estimulação neuronal seletiva
A estimulação magnética vem sendo usada para diagnosticar e tratar distúrbios neurológicos há pelo menos 20 anos, mas até agora ela exige enormes bobinas colocadas junto ao crânio.
Isso limita as estruturas cerebrais que podem ser tratadas.
Os pesquisadores estão avaliando agora bobinas com 1 milímetro de comprimento e 0,5 milímetro de largura.
Eles descobriram que os efeitos variam largamente, dependendo da posição da bobina em relação ao tecido neuronal - uma posição pode ativar alguns neurônios, enquanto uma posição diferente ativa outros neurônios.
"Essas diferenças sugerem que, modificando a geometria da bobina, nós poderemos alvejar populações neuronais de forma seletiva, minimizando o efeito sobre as demais células," completou Shelley Fried, coautora do estudo.
Os cientistas usaram bobinas disponíveis no comércio, o que mostra as possibilidades de miniaturização futura da técnica.
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