Maior risco para as mulheres
Além de gerar sérios problemas dentários, perda de memória e outros problemas físicos e mentais, usuários das metanfetaminas têm um risco três vezes maior de contrair a doença de Parkinson do que os usuários de drogas lícitas ou outras drogas ilícitas.
Além disso, pesquisadores da Universidade de Utah (EUA) constataram que as mulheres que usam metanfetaminas podem ser quase cinco vezes mais propensas a ter a doença de Parkinson em comparação com as mulheres que não usam a droga.
Ainda que os resultados mostrem que o risco das mulheres pode ser maior do que o dos homens, estudos adicionais serão necessários para corroborar essa diferença de gênero, que pode ser mais dramática, dado que o consumo de metanfetaminas é maior entre os homens.
"Normalmente, menos mulheres usam metanfetaminas do que homens," comenta o Dr. Glen Hanson, coordenador do estudo. "Ainda que as mulheres sejam menos propensas a usá-las, parece haver um viés de gênero em relação às mulheres na associação entre o consumo de metanfetaminas e a doença de Parkinson."
Comparação com a cocaína
O estudo analisou mais de 40.000 registros clínicos tanto de pacientes internados quanto aqueles apenas atendidos ambulatorialmente, capturando um segmento mais amplo da população que tem contato com a droga do que estudos anteriores, tipicamente centrados em dados de internamentos, mais fáceis de serem coletados.
Os usuários de cocaína, por exemplo, que serviram como base de comparação para o consumo das drogas ilícitas, não apresentaram um risco maior para a doença de Parkinson.
"Nós nos sentimos confortáveis em dizer que é apenas a metanfetamina que está causando o aumento no risco de Parkinson, e não outras drogas ou uma combinação de metanfetamina e outras drogas," concluiu o Dr. Hanson.
Anfetaminas e metanfetamina
As anfetaminas são a segunda droga mais consumida no mundo e já foram envolvidas até mesmo na morte de policiais que apenas fazem apreensões nos laboratórios onde suas variações são produzidas.
Medicamentos da família das anfetaminas são usados em tratamentos de doenças como o TDAH, ou hiperatividade, e a narcolepsia, mas não há uso médico da metanfetamina.
Os sintomas de Parkinson apareceram nos usuários de metanfetamina - femininos e masculinos - a partir dos 50 anos de idade, o que indica que os efeitos da metanfetamina podem se manifestar anos depois da primeira utilização.
Os pesquisadores se disseram particularmente intrigados com o maior risco da doença de Parkinson apresentado pelas mulheres usuárias da droga, e pretendem estudar a questão mais a fundo.
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