Superidosos
À medida que envelhecemos, nossos cérebros normalmente passam por um lento processo de atrofia, enfraquecendo a comunicação entre as várias regiões neurais, o que eventualmente leva ao declínio da memória e de outras funções cognitivas.
Mas um grupo raro de indivíduos mais velhos, chamados pelos cientistas de "superidosos", demonstrou a mesma capacidade de aprender e lembrar informações novas que um jovem de 25 anos.
Pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts (EUA) identificaram agora a atividade cerebral que está por trás da ótima memória desses superidosos.
"Usando a ressonância magnética, descobrimos que a estrutura dos cérebros dos superidosos e a conectividade de suas redes neurais se assemelham mais aos cérebros de adultos jovens; os superidosos evitaram a atrofia cerebral normalmente observada em adultos mais velhos," contou a professora Alexandra Touroutoglou, referindo-se ao trabalho anterior da equipe.
Capacidade seletiva
Agora, eles usaram imagens de ressonância magnética funcional (fMRI), que, ao contrário da ressonância magnética comum, mostra a atividade de diferentes áreas do cérebro durante a realização de tarefas, e não apenas imagens estáticas.
A equipe descobriu que os neurônios no córtex visual do cérebro dos adultos mais velhos que continuam "super" apesar do envelhecimento retêm sua capacidade seletiva e eficiente de processar estímulos visuais e criar uma memória distinta das imagens.
"Os superidosos mantiveram o mesmo alto nível de diferenciação neural, ou seletividade, que um adulto jovem," acrescentou a pesquisadora Yuta Katsumi. "Seus cérebros lhes permitiram criar representações distintas das diferentes categorias de informação visual para que pudessem lembrar com precisão os pares imagem-palavra."
Intervenções
Estudos anteriores demonstraram que o treinamento pode aumentar a seletividade das regiões do cérebro, o que pode ser uma intervenção potencial para atrasar ou prevenir o declínio da diferenciação neural em adultos que envelhecem normalmente e tornar seus cérebros mais parecidos com os dos superidosos.
Em um esforço desse tipo, a equipe está conduzindo um ensaio clínico para avaliar se a estimulação eletromagnética não invasiva, que aplica uma corrente elétrica para áreas específicas do cérebro, pode melhorar a memória dos adultos mais velhos.
Os pesquisadores também planejam estudar diferentes regiões do cérebro para entender melhor como os superidosos aprendem e se lembram, e examinarão o estilo de vida e outros fatores que podem contribuir para a incrível memória dos superidosos.
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