Romidepsina e decitabina
Um novo método potencialmente poderoso de tratamento de dois tipos metastáticos de câncer - o câncer de mama triplo negativo e carcinomas de células renais de células claras, a forma mais comum de câncer de rim - foi descoberto por pesquisadores da Clínica Mayo (EUA).
Na edição online do jornal Molecular Cancer Therapeutics, eles relatam que dois medicamentos, romidepsina e decitabina, atuam de maneira cooperativa para ativar um potente gene supressor de tumor, que é paralisado nesses casos de câncer.
Uma vez que o gene, a proteína-1 secretada relacionada com frizzled (sFRP1 - secreted frizzled related protein one), começa a funcionar depois do uso dos medicamentos, as células tumorais de laboratório pararam de crescer e morreram.
sFRP1
Os dois medicamentos foram aprovados pela FDA (Food and Drug Administration) para o tratamento do câncer no sangue (leucemia) e estão sendo testados individualmente em diversos tipos de câncer sólido, nos quais a sFRP1 é desativada.
Esse estudo foi o primeiro a testar o uso dos dois medicamentos nesses tipos de câncer ligado à sFRP1 e os resultados são muito encorajadores, segundo o pesquisador John Copland.
"Temos agora a base para um estudo clínico destinado a desenvolver uma terapia eficaz para dois tipos de câncer resistentes a medicamentos e, talvez, para muitos outros tipos de tumor, no futuro", diz John Copland.
Além do câncer de mama e do câncer de rim, a sFRP1 é desativada no câncer de cólon, de ovário, de pulmão, de fígado e em outros tipos de tumores.
Promissor
O biólogo da Clínica Mayo e seus colegas descobriram anteriormente que a sFRP1 foi paralisada em certos tipos de câncer.
Esse novo trabalho demonstra que sua expressão pode ser restaurada pela romidepsina, que é um inibidor da deacetilase de histona, e pela decitabina, um inibidor da metiltranferase. Ambos são medicamentos epigenéticos, que modificam os genes de uma forma que os afetam quando estão ativados ou desativados.
"Individualmente, cada medicamento não induz qualquer forma de morte celular, mas, juntos, eles mataram todas as linhas celulares diferentes de câncer de rim e câncer de mama triplo negativo que testamos em laboratório", diz o principal pesquisador Simon Cooper, especializado em câncer renal.
As terapias para tratar os dois tipos de câncer, especialmente quando estão em estágio avançado, são muito limitadas, diz a coautora do estudo Dra. Edith Perez.
"Mas, agora, além de termos uma indicação muito promissora para uma futura terapia e se essa combinação de tratamentos funcionar como esperamos, teremos um biomarcador que nos possibilitará testar que pacientes podem mais se beneficiar dela", ela diz. "Em outras palavras, um teste de biópsia poderia identificar pacientes cujos tumores perderam a função sFRP1".
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