Nilotiniba
Um medicamento de alto custo contra o câncer também consegue reverter a fase final da doença de Parkinson, permitindo que os participantes de um pequeno ensaio clínico voltassem a falar e caminhar novamente pela primeira vez em anos.
Embora existam terapias para os sintomas da doença de Parkinson, a se confirmar esta seria a primeira vez que uma droga funciona sobre as causas da doença.
"Nós vimos pacientes em estágios finais da doença voltando à vida," disse Moussa Charbel, médico da Universidade de Georgetown (EUA), que liderou o estudo.
A droga, chamada nilotiniba, funciona turbinando o "sistema de eliminação de lixo" do cérebro, chamado sistema glinfático, fazendo-o eliminar as proteínas que se acumulam no cérebro de pessoas com doença de Parkinson, diz Moussa.
Acredita-se que essas proteínas provoquem a morte de células cerebrais que produzem moléculas como a dopamina, que são necessárias para o movimento e outras funções.
A nilotiniba já está aprovada para tratar o câncer - a droga bloqueia uma proteína que provoca a leucemia mieloide crônica. Ela também bloqueia uma outra proteína que interfere com os lisossomos, estruturas celulares que destroem proteínas prejudiciais.
O Dr. Moussa acredita que a nilotiniba pode liberar lisossomos para que eles limpem melhor as proteínas associadas com a doença de Parkinson.
Redespertar
Testes em animais se mostraram promissores, o que levou Moussa e seu colega Fernando Pagan a criar um pequeno estudo com 12 voluntários com doença de Parkinson ou de uma condição semelhante conhecida como demência com corpos de Lewy. O ensaio foi projetado para testar apenas a segurança do fármaco por via oral, que foi aplicado como uma dose diária durante seis meses.
Embora todos os voluntários estivessem em um estágio avançado da doença no início do estudo, e três deles já fossem incapazes de falar, todos começaram a melhorar depois de começarem a tomar o medicamento, alguns dentro de apenas três semanas.
Todos os três participantes que eram incapazes de falar tinham começado a falar novamente até o final do ensaio. "Era como um despertar para eles," diz Pagan.
Agora o ensaio terá que ser ampliado para cobrir um número maior de pacientes.
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