21/05/2018

Lentes de contato brilhantes evitam perda de visão

Redação do Diário da Saúde
Lentes de contato brilhantes evitam perda de visão por diabetes
A lente de contato emite um brilho tênue, que preserva a retina enquanto o usuário dorme.
[Imagem: Caltech]

Retinopatia diabética

Uma lente de contato que brilha no escuro pode ajudar a evitar a cegueira em centenas de milhões de pessoas que sofrem de diabetes em todo o mundo.

O foco é a retinopatia diabética, que acompanha a doença em seus estágios mais avançados. Os tratamentos existentes, embora eficazes, são dolorosos e invasivos, envolvendo lasers e injeções no globo ocular.

Colin Cook e seus colegas do Instituto de Tecnologia da Califórnia acham que há uma maneira melhor de cuidar desses pacientes.

Controle do oxigênio na retina

A perda da visão que acompanha o diabetes é resultado do dano que a doença causa a minúsculos vasos sanguíneos em todo o corpo, incluindo os dos olhos. Esse dano resulta na redução do fluxo sanguíneo para as células nervosas da retina e sua eventual morte, reduzindo paulatinamente a visão.

Como os danos à retina começam com um fornecimento insuficiente de oxigênio, uma abordagem possível para evitar mais perda de visão consiste em reduzir as demandas de oxigênio da retina. Até agora, isso tem sido feito usando um laser para queimar as células nas partes periféricas da retina, de forma que o oxigênio que essas células teriam consumido pode ser usado pelas células de visão mais importantes, no centro da retina. Outro tratamento requer medicação injetável diretamente no globo ocular, que reduz o crescimento de novos vasos sanguíneos.

A lente de contato que brilha no escuro faz o mesmo de forma menos dramática e menos invasiva. Seu mecanismo de ação se baseia nas células do olho chamadas bastonetes, que fornecem visão em condições de baixa luminosidade. Os bastonetes consomem muito mais oxigênio no escuro do que quando estão inundados de luz.

Por isso, as lentes de contato foram projetadas para reduzir a demanda noturna de oxigênio da retina, dando às células bastonetes uma quantidade de luz mínima enquanto o usuário dorme. Isso reduz o metabolismo na retina, evitando alguns dos danos que ocorrem às células da visão, explicou Cook.

Para fornecer luz à retina durante a noite, as lentes usam a mesma tecnologia dos marcadores fosforescentes de alguns relógios de pulso. A iluminação é fornecida por minúsculos frascos cheios de trício, uma forma radioativa do gás hidrogênio que emite elétrons à medida que se decompõe. Esses elétrons são convertidos em luz por um revestimento fosforescente. Este sistema garante uma saída de luz constante durante a vida útil da lente de contato.

Antes de ser disponibilizada aos pacientes, as lentes de contato brilhantes deverão passar por testes de segurança e ensaios clínicos.

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