Fábrica brasileira de hemoderivados
A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), estatal vinculada ao Ministério da Saúde, inaugurou a primeira etapa de sua fábrica de medicamentos derivados do sangue.
A fábrica está sendo implantada no Pólo Farmacoquímico de Pernambuco, em Goiana, a 63 quilômetros do Recife.
Em 2014, quando a fábrica estiver totalmente pronta, o Brasil será uma das 15 nações no mundo a possuir uma fábrica para a produção de diversos hemoderivados.
Lá serão fabricados albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX, complexo protrombínico e fator de von Willebrand, medicamentos essenciais a milhares de portadores de doenças como hemofilia, câncer, AIDS, imunodeficiências primárias, entre outras.
Câmera super fria
O prédio principal, uma construção de 2,7 mil metros quadrados, abriga uma câmara fria a -35° C destinada à recepção, triagem e armazenamento do plasma, matéria-prima dos hemoderivados.
O bloco possui 19 metros de altura, equivalente a um prédio de seis andares.
Sua câmara fria, que tem capacidade para armazenar 1 milhão de bolsas de plasma, será a primeira das Américas para esta finalidade, totalmente automatizada.
Sua operação será feita por dois trans-elevadores, equipamentos que funcionarão com um programa específico para armazenamento, considerado um dos mais modernos do mundo.
Auto-suficiência em hemoderivados
"Esta não é uma fábrica qualquer, não queremos apenas estocar plasma e fabricar hemoderivados. Queremos ser auto-suficientes neste setor. E para mim é um orgulho saber que muito em breve iremos poder fabricar hemoderivados para atender aos pacientes do SUS," afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
"O Brasil ainda se orgulhará muito deste complexo fabril que produzirá, com qualidade internacional, os seis tipos de hemoderivados de maior consumo no mundo", afirmou Romulo Maciel Filho, presidente da Hemobrás.
A previsão é que o plasma coletado nos hemocentros do País comece a ser estocado na câmara fria da Hemobrás a partir de julho de 2012.
Até lá, será necessário que a área passe por um procedimento técnico de refrigeração, para chegar a -35° (no momento da inauguração, estará a 10°).
Fabricação de hemoderivados
Uma vez em operação, a câmara fria recepcionará o plasma, que será transportado dos hemocentros para a fábrica em caminhões refrigerados.
Na medida que as caixas forem colocadas nas esteiras da câmara fria, os códigos de barra serão lidos e os trans-elevadores automaticamente conduzirão o material para o local exato nos porta-paletes (estruturas metálicas semelhantes a estantes), garantindo total segurança no processo de armazenamento e rastreamento de cada bolsa de plasma durante todo o ciclo do processo.
Até 2014, esse plasma será remetido ao Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), na França, onde serão transformados em hemoderivados, e retornarão ao Brasil para serem distribuídos no Sistema Único de Saúde (SUS). O LFB é parceiro da Hemobrás na transferência de tecnologia para produção de hemoderivados.
Depois de 2014, a Hemobrás assumirá todo o processo produtivo.
Desde junho de 2011, está em andamento a segunda etapa das obras da fábrica, ao valor de R$ 269 milhões e englobando 12 blocos, que, juntos, somam 45 mil dos 48 mil metros quadrados do que será a área construída da unidade, situada em um terreno de 25 hectares.
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