Pacientes com doenças crônicas, como câncer da tireoide e linfoma, estão impossibilitados de fazer exames e tratamento pela falta de radiofármacos em vários hospitais públicos e particulares do país.
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), responsável pela produção dessas substâncias de componente radioativo, interrompeu o fornecimento há dois dias, devido a problemas com a compra de insumos importados, como o iodo-131 e o gálio-67, matérias-primas na medicina nuclear para o diagnóstico e terapia de doenças.
O superintendente do Ipen, José Carlos Bressiani, informou que a interrupção foi gerada por atraso no pagamento de um dos fornecedores, no Canadá. A perspectiva, segundo ele, é que o abastecimento dos serviços seja regularizado nos próximos dias.
"Devíamos cerca de US$ 1 milhão para essa empresa. Felizmente, o orçamento saiu na semana passada, estamos saldando as dívidas e eles já vão começar a nos fornecer novamente", disse Bressiani.
O governo detém o monopólio da produção dos radiofármacos, mas o Brasil depende da importação de insumos radioativos e a alta do dólar tem encarecido ainda mais esses produtos, prejudicando o fornecimento.
Para piorar, Bressiani explicou que o repasse do orçamento anual liberado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, de cerca de R$ 92 milhões, para o instituto é inferior ao que foi gasto no ano passado.
"Tivemos aumento dos produtos em dólar de cerca de 40% e tivemos o aumento do valor do dólar. Precisávamos de um aumento bem superior a esse que foi alocado. É insuficiente para pagar as contas dos insumos nacionais e internacionais e o custeio dos gastos diários do instituto. Precisaríamos de ao menos de R$ 140 milhões", explicou Bressiani.
O aumento, segundo ele, é a única solução em curto prazo. Caso não haja mais repasses, o superintendente acredita que o dinheiro acabe a partir de setembro.
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