Implantes dentários
Cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) acabam de ser premiados nos Estados Unidos por uma pesquisa que poderá melhorar significativamente a durabilidade dos implantes dentários.
Thallita Pereira Queiroz, ganhou o Prêmio de "Melhor Apresentação de Pôster" durante o 27º Encontro Anual da Academia Norte-Americana de Osseointegração, que ocorreu entre os dias 1º e 3 de março de 2012, em Fênix, no Arizona (Estados Unidos).
Usando nanotecnologia, Thallita criou modificações físico-químicas nas superfícies dos implantes dentários, acelerando o processo de osseointegração - a união do implante ao tecido ósseo.
O estudo foi realizado em animais, mas o objetivo final do trabalho é transpor a nova tecnologia para aplicação em seres humanos.
Química de superfície
Segundo o professor Antônio Carlos Guastaldi, que trabalha no desenvolvimento das superfícies de implantes, o estudo realizado por Thallita teve a participação de vários coautores, devido à sua complexidade e multidisciplinaridade.
Segundo ele, além de contribuir com uma nova alternativa para a preparação da superfície dos implantes, o estudo modifica os paradigmas em relação à interpretação dos dados.
"Normalmente, na área biológica, entende-se que a morfologia da superfície do implante é mais importante que sua química para promover a osseointegração. Este trabalho inverte o paradigma, reiterando os resultados dos nossos estudos nos últimos anos: a modificação química da superfície é o mais importante para a osseointegração, enquanto a morfologia apenas aumenta a área onde ocorre esse fenômeno", disse Guastaldi.
Hidroxiapatita
No estudo, 45 coelhos receberam 90 implantes. Depois de 30, 60 e 90 dias, os animais foram sacrificados e os implantes removidos para a análise, visando à detecção de determinadas proteínas ósseas fundamentais para a osseointegração.
As alterações realizadas na superfície dos implantes incluíram a modificação por feixe de laser seguida, em alguns casos, pela deposição de hidroxiapatita - o principal componente do esmalte dentário - pelo método biomimético, que utiliza uma solução de fluido corpóreo, com composição química, temperatura e pH similares ao plasma sanguíneo.
"Esses implantes foram comparados com dois implantes comercialmente disponíveis, um com superfície tratada por ataque ácido e o outro sem modificações de superfície. Todos eles foram instalados em tíbias de coelhos para análises topográficas, biomecânicas, histométricas e imuno-histoquímicas", explicou Guastaldi.
Proteínas ósseas
Os resultados obtidos no estudo, segundo o professor, permitiram concluir que as modificações físico-químicas, em escala nanométrica, promovidas nas superfícies dos implantes dentários aceleraram a expressão de proteínas ósseas que constituem o primeiro passo na interação entre o osso e o implante.
"Com isso, foi acelerada a resposta do tecido ósseo ao implante, favorecendo, dessa forma, a osseointegração em períodos de tempo mais curtos. O próximo passo será a realização desse mesmo tipo de experimento em humanos", disse Guastaldi.
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