O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, defendeu que o Estado, as organizações não governamentais, as universidades e a sociedade civil precisam debater o limite dos usos de agrotóxicos e sementes transgênicas no Brasil.
Segundo ele, o Plano Safra da Agricultura Família, lançado nesta semana pelo governo federal, prevê o apoio à conservação e valorização de sementes e mudas nativas, chamadas de crioulas.
"Estamos lançando junto esse programa, para valorizar sementes e mudas que não sejam transgênicas e que sejam vinculadas à tradição das agricultoras e agricultores familiares, considerando, inclusive, as diversidades regionais do país. Vamos ampliar as parcerias já feitas com a Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária], com universidades, sempre nessa linha de termos uma agricultura saudável, com o mínimo ou totalmente liberta de agrotóxicos", disse Patrus.
O ministro acrescentou que o tema é importante e inclusive foi levantado diretamente pelo papa Francisco em sua encíclica sobre as questões ambientais e sociais.
No tocante aos agrotóxicos, o Brasil é campeão mundial no uso desses produtos. Quanto aos transgênicos, a CTNBio até agora vem autorizando todos os pedidos que lhe são submetidos para novos cultivares geneticamente modificados.
Anater
Patrus também ressaltou o papel da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), criada em 2013 e que agora sai do papel com a nomeação do seu presidente, o engenheiro agrônomo Paulo Cabral, pela presidenta Dilma Rousseff.
"Começamos, então, a consolidar a Anater e a parte da assistência técnica começa a ter uma referência pública. Queremos e vamos manter as parcerias com universidades e entidades privadas mas sob uma diretriz pública, com ações integradas dos ministérios do Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social e da Agricultura, para garantir que os agricultores familiares tenham acesso a novas tecnologias e novos conhecimentos para melhorar e ampliar a sua produção", disse Patrus.
Além de outras propostas previstas no Plano Safra da Agricultura Familiar 2015/2016, o ministro falou sobre o acordo feito com os movimentos pela reforma agrária e delegado pela presidenta Dilma Rousseff de apresentar em 30 dias um plano de reforma agrária para o país.
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