O modo como você digita e usa o mouse revelam seu estresse no trabalho

O modo como interagimos com o computador mostra o estresse melhor do que medir a frequência cardíaca.
[Imagem: Mohamed Hassan/Pixabay]

Estresse revelado pela digitação

Um programa de inteligência artificial consegue dizer o quanto uma pessoa está estressada no trabalho usando apenas o som do teclado do computador que ela está usando, ou o movimento do mouse.

"A forma como digitamos em nosso teclado e movemos nosso mouse parece ser um indicador melhor de como nos sentimos estressados em um ambiente de escritório do que nossa frequência cardíaca," disse Mara Nagelin, do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (Suíça).

Aplicados corretamente, propõe a equipe, esses resultados podem ser usados para prevenir o aumento do estresse no trabalho desde o início, evitando que ele chegue à Síndrome do Esgotamento Profissional.

A ressalva "aplicados corretamente" se justifica porque a detecção de estresse no local de trabalho também levanta algumas questões espinhosas, como empresas tentando vigiar os trabalhadores.

"A única maneira de as pessoas aceitarem e usarem nossa tecnologia é se pudermos garantir que anonimizaremos e protegeremos seus dados. Queremos ajudar os trabalhadores a identificar o estresse antecipadamente, não criar uma ferramenta de monitoramento para as empresas," disse Jasmine Kerr, coautora do estudo.

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Estresse aparece nos erros de digitação

Os pesquisadores comprovaram em experimentos que as pessoas estressadas digitam e movem o mouse de maneira diferente das pessoas relaxadas.

"Pessoas estressadas movem o ponteiro do mouse com mais frequência e com menos precisão e percorrem distâncias maiores na tela. Pessoas relaxadas, por outro lado, seguem rotas mais curtas e diretas para chegar ao seu destino e levam mais tempo fazendo isso," detalhou Nagelin.

Além disso, as pessoas que se sentem estressadas no escritório cometem mais erros ao digitar e escrevem aos trancos e barrancos, com muitas interrupções breves. Pessoas relaxadas, por sua vez, fazem menos pausas, porém mais longas, ao digitar.

Segundo a equipe, a conexão entre estresse, digitação e comportamento do mouse pode ser explicada pela chamada "teoria do ruído neuromotor": O aumento dos níveis de estresse afeta negativamente a capacidade do nosso cérebro de processar informações. Isso também afeta nossas habilidades motoras," disse Kerr.

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